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Internacional
Quinta - 15 de Novembro de 2007 às 22:26

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Gaza, 15 nov (EFE).- O chefe do Governo de fato do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, ordenou hoje a libertação de militantes do partido nacionalista Fatah, governante de direito das áreas palestinas, que foram detidos na segunda-feira passada em uma homenagem ao líder palestino Yasser Arafat.

Em discurso televisionado, Haniyeh destacou, no entanto, que continuarão presos os "que estiveram envolvidos nos confrontos e nos distúrbios" acontecidos no ato comemorativo, sem especificar quantos simpatizantes do Fatah serão libertados.

Segundo o porta-voz do Fatah na Faixa de Gaza, Hazem Abu Shanab, quase 400 militantes do partido foram detidos na cidade de Gaza durante e após o ato em memória do terceiro aniversário da morte de Arafat, ao qual compareceram centenas de milhares de palestinos.

Sete pessoas morreram e cerca de 150 ficaram feridas quando a homenagem se transformou em confrontos entre manifestantes e a Polícia do Hamas; os dois lados trocam acusações sobre a origem do ocorrido.

Haniyeh declarou em seu discurso que ordenou a criação de uma equipe para investigar a origem do confronto e pediu a formação de um comitê de diálogo nacional.

"O Governo cumprirá suas obrigações nacionais em relação às vítimas e os feridos", prometeu.

Em troca, pediu ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, líder máximo do Fatah, que liberte presos do Hamas na Cisjordânia, onde muitos militantes desta facção foram presos para evitar que os sangrentos confrontos de junho em Gaza se repitam nesse território.

Abbas, que na segunda-feira chamou o Hamas de "grupo criminoso que mata a sangue frio", pediu hoje aos palestinos de Gaza para que derrubem o Governo de Haniyeh, que tirou o Fatah da Faixa à força junto com sua facção.

Em resposta a estas acusações, Haniyeh solicitou hoje ao presidente da ANP que ponha fim à guerra de declarações e à divisão entre facções.

"O Hamas não é um grupo com sede de sangue, mas sim um movimento nacional e popular que tem apoio do povo", disse, fazendo referência à vitória da facção nas últimas eleições legislativas palestinas, realizadas em janeiro de 2006.

Por fim, Haniyeh reafirmou suas críticas à conferência de paz para o Oriente Médio que deve ser celebrada no final deste mês em Annapolis (Estados Unidos), embora o evento ainda não tenha uma data definida nem os nomes de possíveis convidados.

Para o dirigente do Hamas, esta reunião procura apenas "bater na causa nacional palestina" para que "renuncie a seus direitos, principalmente o de retorno dos refugiados" das guerras de 1948 e 1967, os quais, junto com seus descendentes, superam os quatro milhões, número que algumas fontes dizem ser mais de seis milhões.




Fonte: EFE

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