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Amorim defende entrada da Venezuela no Mercosul
GENEBRA - Apesar de toda a polêmica em torno do presidente Hugo Chávez, o chanceler Celso Amorim defende o ingresso da Venezuela no Mercosul e alerta que apenas a integração econômica na América do Sul poderá trazer a paz na região. "A prioridade deve ser a integração regional. Para termos paz na América do Sul, temos de ter uma integração econômica", afirmou Amorim, que está em Genebra para reuniões na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Fontes de alto escalão do Itamaraty explicam que a estratégia brasileira de insistir na adesão da Venezuela tem como objetivo limitar os danos causados por Chávez nas relações com outros países e ainda evitar que Caracas tenha de buscar novos aliados, como o Irã. Nos cálculos da chancelaria, ao trazer Chávez para o Mercosul, as chances de que a Venezuela adote um tom mais moderado no cenário internacional aumentam.
O Itamaraty admite que essa adesão pode ter alguns custos políticos para o País. Mas acredita que esses custos são menores que tentar isolar a Venezuela na região.
Um desses custos poderia ser a maior dificuldade para negociar acordos de livre comércio com países ricos, como a União Européia e mesmo um eventual acordo com os Estados Unidos. Pelas regras do Mercosul, todos os países no bloco teriam de aceitar abrir seus mercados aos produtos estrangeiros caso um acordo seja fechado com Bruxelas, algo que não soa bem aos ouvidos de Caracas.
Amorim, porém, aponta que não questionou quando dez novos países entraram na EU, há dois anos. "A UE é muito importante para nós, mas nossa prioridade é a região", disse o chanceler.
O ministro comparou o processo de integração na América do Sul ao que ocorreu na Europa após a Segundo Guerra Mundial. "O continente europeu apenas conseguiu a paz pela integração econômica", disse o ministro, que aposta que a harmonização de tarifas entre o Mercosul e a Venezuela não será um obstáculo.
Nestor Stancanelli, diretor do Departamento de Assuntos Comerciais da chancelaria Argentina, também acredita que a Venezuela irá "contribuir para o Mercosul". "Será um mercado importante para as exportações de Brasil e Argentina. É um reforço para o Mercosul", disse.
Interesses A aparições seguidas do chanceler Celso Amorim na sede da OMC e sua liderança no grupo dos países emergentes alimenta comentários cada vez mais freqüentes de que o brasileiro estaria se preparando para se candidatar ao posto de diretor-geral da entidade máxima do comércio. Questionado por jornalistas estrangeiros, Amorim negou tal possibilidade. "Nunca", respondeu. Logo depois, porém, disse: "Nunca devemos dizer nunca."
A OMC é atualmente conduzida pelo francês Pascal Lamy, que tem mais três anos de mandato. No caso de Amorim, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva também terminará em três anos. Tradicionalmente, a entidade foi chefiada por um representante de um país rico. Mas, desde a atual década, uma pressão cada vez maior existe para que haja uma alternância na direção entre países ricos e emergentes.
Em 1999, o neozelandês Mike Moore assumiu o comando da entidade, seguido pelo tailandês Supachai Panitchpakdi, o primeiro representante de um país emergente em mais de 50 anos desde a criação do sistema multilateral do comércio. Supachai foi então substituído por Lamy, em uma campanha que contou com o candidato brasileiro Luis Felipe de Seixas Correa.
Amorim faz de tudo para evitar dar uma indicação do que fará nos próximos anos. Questionado se iria continuar no cargo de chanceler, deixou claro que a decisão é de Lula. "Não é para mim que essa pergunta deve ser feita. Eu não tenho outros planos e acho que temos tido uma política externa inovadora", afirmou, destacando a aproximação com a África e outras iniciativas.
Fontes de alto escalão do Itamaraty explicam que a estratégia brasileira de insistir na adesão da Venezuela tem como objetivo limitar os danos causados por Chávez nas relações com outros países e ainda evitar que Caracas tenha de buscar novos aliados, como o Irã. Nos cálculos da chancelaria, ao trazer Chávez para o Mercosul, as chances de que a Venezuela adote um tom mais moderado no cenário internacional aumentam.
O Itamaraty admite que essa adesão pode ter alguns custos políticos para o País. Mas acredita que esses custos são menores que tentar isolar a Venezuela na região.
Um desses custos poderia ser a maior dificuldade para negociar acordos de livre comércio com países ricos, como a União Européia e mesmo um eventual acordo com os Estados Unidos. Pelas regras do Mercosul, todos os países no bloco teriam de aceitar abrir seus mercados aos produtos estrangeiros caso um acordo seja fechado com Bruxelas, algo que não soa bem aos ouvidos de Caracas.
Amorim, porém, aponta que não questionou quando dez novos países entraram na EU, há dois anos. "A UE é muito importante para nós, mas nossa prioridade é a região", disse o chanceler.
O ministro comparou o processo de integração na América do Sul ao que ocorreu na Europa após a Segundo Guerra Mundial. "O continente europeu apenas conseguiu a paz pela integração econômica", disse o ministro, que aposta que a harmonização de tarifas entre o Mercosul e a Venezuela não será um obstáculo.
Nestor Stancanelli, diretor do Departamento de Assuntos Comerciais da chancelaria Argentina, também acredita que a Venezuela irá "contribuir para o Mercosul". "Será um mercado importante para as exportações de Brasil e Argentina. É um reforço para o Mercosul", disse.
Interesses A aparições seguidas do chanceler Celso Amorim na sede da OMC e sua liderança no grupo dos países emergentes alimenta comentários cada vez mais freqüentes de que o brasileiro estaria se preparando para se candidatar ao posto de diretor-geral da entidade máxima do comércio. Questionado por jornalistas estrangeiros, Amorim negou tal possibilidade. "Nunca", respondeu. Logo depois, porém, disse: "Nunca devemos dizer nunca."
A OMC é atualmente conduzida pelo francês Pascal Lamy, que tem mais três anos de mandato. No caso de Amorim, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva também terminará em três anos. Tradicionalmente, a entidade foi chefiada por um representante de um país rico. Mas, desde a atual década, uma pressão cada vez maior existe para que haja uma alternância na direção entre países ricos e emergentes.
Em 1999, o neozelandês Mike Moore assumiu o comando da entidade, seguido pelo tailandês Supachai Panitchpakdi, o primeiro representante de um país emergente em mais de 50 anos desde a criação do sistema multilateral do comércio. Supachai foi então substituído por Lamy, em uma campanha que contou com o candidato brasileiro Luis Felipe de Seixas Correa.
Amorim faz de tudo para evitar dar uma indicação do que fará nos próximos anos. Questionado se iria continuar no cargo de chanceler, deixou claro que a decisão é de Lula. "Não é para mim que essa pergunta deve ser feita. Eu não tenho outros planos e acho que temos tido uma política externa inovadora", afirmou, destacando a aproximação com a África e outras iniciativas.
Fonte:
AE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/198288/visualizar/
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