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Pesquisa aponta indefinição na escolha dos candidatos a presidente dos EUA
Os eleitores democratas de Iowa e New Hampshire, os estados que dão início à batalha de indicação à candidatura presidencial, afirmam que os senadores Barack Obama e John Edwards falam naquilo em que acreditam (mais do que a senadora Hillary Rodham Clinton), e não aquilo que acham que os eleitores querem escutar. É o que revelam as mais recentes pesquisas do New York Times/CBS News. No entanto, esses eleitores também consideram Hillary como a candidata democrata mais bem preparada e elegível, segundo a pesquisa.
Os eleitores republicanos em ambos os estados afirmam que Mitt Romney, ex-governador do Massachusetts, compartilha seus valores e opiniões sobre imigração, um tema inflamado para os republicanos, sobretudo em Iowa. Mas eles estão divididos na questão sobre quem entre Romney ou Rudolph W. Giuliani, que segundo os eleitores republicanos não compartilha seus valores, seria o candidato mais forte do partido às eleições gerais, e a elegibilidade paira como um fator fundamental para os eleitores republicanos nesses estados.
Esses são alguns dos dados revelados nas pesquisas realizadas simultaneamente pelo New York Times e pela CBS News nos dois estados, que iniciarão o processo de lançamento de candidatura em menos de dois meses. As pesquisas detectaram que os eleitores em ambos os estados possuem percepções distintas dos candidatos e preocupações diferentes sobre os problemas, ao mesmo tempo sugerindo que o resultado está longe de ser definido em um e outro estado.
Empate
A corrida dos democratas está basicamente empatada em Iowa, entre Hillary, Obama e Edwards, ao passo que Hillary mantém uma considerável liderança em New Hampshire, segundo as pesquisas do Times/CBS News.
Romney mantém-se relativamente forte em New Hampshire, mas muitos de seus simpatizantes afirmam que nada os impede de mudar de idéia. Em Iowa, onde Romney formou uma grande rede de simpatizantes e investiu pesado em propaganda, ele, ao que tudo indica, está páreo a páreo com Mike Huckabee, ex-governador do Arkansas.
As pesquisas identificaram uma enorme disparidade entre republicanos e democratas em duas questões cruciais que confrontam os candidatos quando visitam Iowa e New Hampshire e o restante do país: como lidar com a imigração ilegal e com a iminência do Irã como potência nuclear.
Somente 4% dos democratas em Iowa e New Hampshire seriam a favor de um candidato que defende o uso de ação militar a curto prazo para evitar que o Irã desenvolva armas nucleares; 38% dos republicanos de New Hampshire e 31% dos republicanos de Iowa apoiariam um candidato com essa plataforma.
Em Iowa, 86% dos republicanos descreveram a imigração como um problema muito grave ou relativamente grave enfrentado pelo país; 59% dos democratas disseram o mesmo. Em ambos os estados, imigração e guerra no Iraque têm peso equivalente dentre os assuntos que os republicanos desejam que os candidatos discutam durante a campanha. Os republicanos em Iowa acham que Romney é o candidato que manifesta com maior abertura suas opiniões sobre imigração. O senador John McCain, do Arizona, ressaltou inúmeras vezes a sua identificação com a legislação sobre imigração como uma das principais causas de seu declínio político em Iowa.
Ideologia e pragmatismo
De maneira mais geral, a pesquisa sugere a medida em que os republicanos estão lutando para equilibrar considerações ideológicas e pragmáticas à medida que enfrentam uma eleição em que muitos temem perder a Casa Branca.
A grande maioria dos republicanos em New Hampshire e Iowa afirmou que gostaria que o próximo presidente fosse tão ou mais conservador do que o presidente Bush. Mas os eleitores de New Hampshire que disseram que pretendiam votar na prévia republicana estão preparados para votar em um candidato que não seja tão conservador quanto eles, se julgarem que o candidato possui boas chances de ganhar a presidência. (O eleitorado independente pode votar nas prévias de qualquer partido em New Hampshire.) Dois terços dos republicanos de New Hampshire e metade dos republicanos de Iowa disseram que estão dispostos a votar em um candidato que não compartilhe a mesma opinião em temas como aborto e casamento de homossexuais, um bom sinal para Giuliani, que apóia o aborto e os direitos dos gays.
Por outro lado, 50% dos democratas de New Hampshire disseram que não votariam em um candidato que pretendesse manter tropas no Iraque "por mais tempo do que gostariam", mesmo que achassem que o democrata tivesse uma boa chance de vitória em novembro.
Metodologia
A pesquisa do Times/CBS News em Iowa foi realizada por telefone de 2 a 11 de novembro e entrevistou 793 membros da convenção democrata e 480 da republicana. A margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos para os democratas, e cinco pontos percentuais para os republicanos.
A pesquisa telefônica em New Hampshire foi realizada de 9 a 12 de novembro com 417 eleitores democratas das prévias e 302 republicanos. Os eleitores sem partido foram perguntados de qual prévia planejavam participar. A margem de erro é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos para os eleitores democratas e seis pontos percentuais para os republicanos.
As pesquisas em Iowa a esta altura são evidentemente falíveis em termos de previsão de resultados. Assim sendo, essa pesquisa indicou absoluta volatilidade por parte dos republicanos, com indícios de que Huckabee está bem posicionado para representar um intenso desafio de última hora a Romney, que trabalhou um ano para se firmar com incontestável vitória em Iowa.
Entre os republicanos eleitores das prévias, 27% afirmaram que apoiariam Romney, enquanto 21% disseram que apoiariam Huckabee, e 15% apoiariam Giuliani. No entanto, dois terços dos simpatizantes de Romney disseram que ainda podem mudar de idéia, um número de pessoas surpreendentemente alto. Por outro lado, metade dos simpatizantes de Huckabee disse que ainda poderia mudar de idéia. Além disso, praticamente todos os números das pesquisas de Huckabee em Iowa, onde ele concentrou a maioria dos seus recursos, foram promissores: 50% dos entrevistados manifestaram uma visão favorável em relação a ele, comparados com 7% com visão oposta.
Sem líder
Nenhum democrata possui liderança significativa em termos estatísticos em Iowa: Hillary conta com o apoio de 25% dos entrevistados, Edwards com 23% e Obama com 22%. Bill Richardson, governador do New Mexico, que promoveu uma campanha ousada no estado, foi citado por 12% dos eleitores democratas.
Em New Hampshire, Hillary lidera com 37%, comparados com 22% para Obama e 9% para Edwards. Entre os republicanos, Romney conta com o apoio de 34% dos entrevistados, enquanto Giuliani e McCain, que venceu no estado em 2000, e sempre descreveu o estado como um ambiente acolhedor para ele, tiveram o apoio de 16% cada.
As descobertas da pesquisa ressaltaram o desafio que Hillary enfrenta para combater as críticas de que ela teria perspicácia política, mas não princípios políticos, uma sensação que parece predominar sobretudo em Iowa, onde a candidata intensificou os esforços nas últimas semanas para combater Obama, Edwards e o restante da base democrática.
Em Iowa, 47% dos eleitores afirmaram que Clinton diz o que acredita, comparados com 48% que acham que ela fala aquilo que os eleitores querem escutar. Em New Hampshire, onde os Clinton mantêm uma presença forte e de destaque na política democrata desde 1992, 54% disseram que Hillary diz o que acredita, enquanto 38% acham que ela fala aquilo que os eleitores querem ouvir.
Por outro lado, em Iowa, 82% dos democratas disseram que Obama diz o que acha e 77% manifestaram a mesma opinião em relação a Edwards.
Obama
Os eleitores nitidamente convergiram para um dos focos da mensagem de Obama: 37% dos entrevistados em Iowa descreveram-no como o candidato com maiores chances de promover mudanças em Washington. Mas os esforços de Hillary para se apresentar como alguém experiente para assumir a presidência sem dúvida foram convincentes: 80% dos eleitores de Iowa descreveram-na como preparada para ser presidente, comparados com 68% que disseram o mesmo de Edwards e apenas 42% com a mesma opinião sobre Obama.
Se Hillary tiver dificuldades em Iowa, a pesquisa sugere que New Hampshire está caminhando para uma votação com uma visão mais positiva dela. Neste estado, 34% dos entrevistados disseram que Hillary é a candidata que compreende melhor as necessidades e os problemas do estado; em Iowa, 18% dos entrevistados manifestaram a mesma opinião.
Por outro lado, 32% dos democratas de Iowa disseram que Edwards, com movimento intenso de campanha no estado, compreende melhor suas necessidades e problemas, enquanto 13% em New Hampshire afirmaram o mesmo sobre ele.
Já do lado dos republicanos, a pesquisa sugere que os adversários de Giuliani podem não ter tanta facilidade como um dia acharam que teriam para arruinar sua candidatura atacando-o por sua visão sobre questões sociais. Uma maioria dos republicanos em Iowa e New Hampshire disse que está ciente de que Giuliani apóia os direitos ao aborto, o que indica que esses eleitores já computaram esse fator na balança para decidir o voto.
Os eleitores republicanos em ambos os estados afirmam que Mitt Romney, ex-governador do Massachusetts, compartilha seus valores e opiniões sobre imigração, um tema inflamado para os republicanos, sobretudo em Iowa. Mas eles estão divididos na questão sobre quem entre Romney ou Rudolph W. Giuliani, que segundo os eleitores republicanos não compartilha seus valores, seria o candidato mais forte do partido às eleições gerais, e a elegibilidade paira como um fator fundamental para os eleitores republicanos nesses estados.
Esses são alguns dos dados revelados nas pesquisas realizadas simultaneamente pelo New York Times e pela CBS News nos dois estados, que iniciarão o processo de lançamento de candidatura em menos de dois meses. As pesquisas detectaram que os eleitores em ambos os estados possuem percepções distintas dos candidatos e preocupações diferentes sobre os problemas, ao mesmo tempo sugerindo que o resultado está longe de ser definido em um e outro estado.
Empate
A corrida dos democratas está basicamente empatada em Iowa, entre Hillary, Obama e Edwards, ao passo que Hillary mantém uma considerável liderança em New Hampshire, segundo as pesquisas do Times/CBS News.
Romney mantém-se relativamente forte em New Hampshire, mas muitos de seus simpatizantes afirmam que nada os impede de mudar de idéia. Em Iowa, onde Romney formou uma grande rede de simpatizantes e investiu pesado em propaganda, ele, ao que tudo indica, está páreo a páreo com Mike Huckabee, ex-governador do Arkansas.
As pesquisas identificaram uma enorme disparidade entre republicanos e democratas em duas questões cruciais que confrontam os candidatos quando visitam Iowa e New Hampshire e o restante do país: como lidar com a imigração ilegal e com a iminência do Irã como potência nuclear.
Somente 4% dos democratas em Iowa e New Hampshire seriam a favor de um candidato que defende o uso de ação militar a curto prazo para evitar que o Irã desenvolva armas nucleares; 38% dos republicanos de New Hampshire e 31% dos republicanos de Iowa apoiariam um candidato com essa plataforma.
Em Iowa, 86% dos republicanos descreveram a imigração como um problema muito grave ou relativamente grave enfrentado pelo país; 59% dos democratas disseram o mesmo. Em ambos os estados, imigração e guerra no Iraque têm peso equivalente dentre os assuntos que os republicanos desejam que os candidatos discutam durante a campanha. Os republicanos em Iowa acham que Romney é o candidato que manifesta com maior abertura suas opiniões sobre imigração. O senador John McCain, do Arizona, ressaltou inúmeras vezes a sua identificação com a legislação sobre imigração como uma das principais causas de seu declínio político em Iowa.
Ideologia e pragmatismo
De maneira mais geral, a pesquisa sugere a medida em que os republicanos estão lutando para equilibrar considerações ideológicas e pragmáticas à medida que enfrentam uma eleição em que muitos temem perder a Casa Branca.
A grande maioria dos republicanos em New Hampshire e Iowa afirmou que gostaria que o próximo presidente fosse tão ou mais conservador do que o presidente Bush. Mas os eleitores de New Hampshire que disseram que pretendiam votar na prévia republicana estão preparados para votar em um candidato que não seja tão conservador quanto eles, se julgarem que o candidato possui boas chances de ganhar a presidência. (O eleitorado independente pode votar nas prévias de qualquer partido em New Hampshire.) Dois terços dos republicanos de New Hampshire e metade dos republicanos de Iowa disseram que estão dispostos a votar em um candidato que não compartilhe a mesma opinião em temas como aborto e casamento de homossexuais, um bom sinal para Giuliani, que apóia o aborto e os direitos dos gays.
Por outro lado, 50% dos democratas de New Hampshire disseram que não votariam em um candidato que pretendesse manter tropas no Iraque "por mais tempo do que gostariam", mesmo que achassem que o democrata tivesse uma boa chance de vitória em novembro.
Metodologia
A pesquisa do Times/CBS News em Iowa foi realizada por telefone de 2 a 11 de novembro e entrevistou 793 membros da convenção democrata e 480 da republicana. A margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos para os democratas, e cinco pontos percentuais para os republicanos.
A pesquisa telefônica em New Hampshire foi realizada de 9 a 12 de novembro com 417 eleitores democratas das prévias e 302 republicanos. Os eleitores sem partido foram perguntados de qual prévia planejavam participar. A margem de erro é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos para os eleitores democratas e seis pontos percentuais para os republicanos.
As pesquisas em Iowa a esta altura são evidentemente falíveis em termos de previsão de resultados. Assim sendo, essa pesquisa indicou absoluta volatilidade por parte dos republicanos, com indícios de que Huckabee está bem posicionado para representar um intenso desafio de última hora a Romney, que trabalhou um ano para se firmar com incontestável vitória em Iowa.
Entre os republicanos eleitores das prévias, 27% afirmaram que apoiariam Romney, enquanto 21% disseram que apoiariam Huckabee, e 15% apoiariam Giuliani. No entanto, dois terços dos simpatizantes de Romney disseram que ainda podem mudar de idéia, um número de pessoas surpreendentemente alto. Por outro lado, metade dos simpatizantes de Huckabee disse que ainda poderia mudar de idéia. Além disso, praticamente todos os números das pesquisas de Huckabee em Iowa, onde ele concentrou a maioria dos seus recursos, foram promissores: 50% dos entrevistados manifestaram uma visão favorável em relação a ele, comparados com 7% com visão oposta.
Sem líder
Nenhum democrata possui liderança significativa em termos estatísticos em Iowa: Hillary conta com o apoio de 25% dos entrevistados, Edwards com 23% e Obama com 22%. Bill Richardson, governador do New Mexico, que promoveu uma campanha ousada no estado, foi citado por 12% dos eleitores democratas.
Em New Hampshire, Hillary lidera com 37%, comparados com 22% para Obama e 9% para Edwards. Entre os republicanos, Romney conta com o apoio de 34% dos entrevistados, enquanto Giuliani e McCain, que venceu no estado em 2000, e sempre descreveu o estado como um ambiente acolhedor para ele, tiveram o apoio de 16% cada.
As descobertas da pesquisa ressaltaram o desafio que Hillary enfrenta para combater as críticas de que ela teria perspicácia política, mas não princípios políticos, uma sensação que parece predominar sobretudo em Iowa, onde a candidata intensificou os esforços nas últimas semanas para combater Obama, Edwards e o restante da base democrática.
Em Iowa, 47% dos eleitores afirmaram que Clinton diz o que acredita, comparados com 48% que acham que ela fala aquilo que os eleitores querem escutar. Em New Hampshire, onde os Clinton mantêm uma presença forte e de destaque na política democrata desde 1992, 54% disseram que Hillary diz o que acredita, enquanto 38% acham que ela fala aquilo que os eleitores querem ouvir.
Por outro lado, em Iowa, 82% dos democratas disseram que Obama diz o que acha e 77% manifestaram a mesma opinião em relação a Edwards.
Obama
Os eleitores nitidamente convergiram para um dos focos da mensagem de Obama: 37% dos entrevistados em Iowa descreveram-no como o candidato com maiores chances de promover mudanças em Washington. Mas os esforços de Hillary para se apresentar como alguém experiente para assumir a presidência sem dúvida foram convincentes: 80% dos eleitores de Iowa descreveram-na como preparada para ser presidente, comparados com 68% que disseram o mesmo de Edwards e apenas 42% com a mesma opinião sobre Obama.
Se Hillary tiver dificuldades em Iowa, a pesquisa sugere que New Hampshire está caminhando para uma votação com uma visão mais positiva dela. Neste estado, 34% dos entrevistados disseram que Hillary é a candidata que compreende melhor as necessidades e os problemas do estado; em Iowa, 18% dos entrevistados manifestaram a mesma opinião.
Por outro lado, 32% dos democratas de Iowa disseram que Edwards, com movimento intenso de campanha no estado, compreende melhor suas necessidades e problemas, enquanto 13% em New Hampshire afirmaram o mesmo sobre ele.
Já do lado dos republicanos, a pesquisa sugere que os adversários de Giuliani podem não ter tanta facilidade como um dia acharam que teriam para arruinar sua candidatura atacando-o por sua visão sobre questões sociais. Uma maioria dos republicanos em Iowa e New Hampshire disse que está ciente de que Giuliani apóia os direitos ao aborto, o que indica que esses eleitores já computaram esse fator na balança para decidir o voto.
Fonte:
New York Times
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/198326/visualizar/
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