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Trabalhador negro com ensino superior tem salário 27% menor
Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (13) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que a evolução da escolaridade do trabalhador brasileiro dos últimos dez anos não beneficiou de forma igualitária as raças.
Segundo o levantamento, que compila dados da pesquisa de emprego da entidade entre agosto de 2006 e julho de 2007, um homem negro com ensino superior completo recebe 27,7% menos que um não-negro com a mesma escolaridade.
De acordo com Patrícia Lino Costa, economista do Dieese, existe claramente um fator de discriminação no mercado de trabalho. "É preciso olhar essa parcela da população e criar condições para que sua entrada e ascensão profissional não seja barrada por sua aparência", ressalta.
De acordo com Patrícia, um homem negro com ensino superior completo hoje ganha R$ 13 por hora, em média, enquanto um não-negro com a mesma escolaridade recebe R$ 18 - uma diferença de 27,7%.
Escolaridade
O estudo mostra que cada vez mais trabalhadores buscam uma formação superior no país. Entretanto, o levantamento mostra que os negros estão demorando mais para chegar à universidade, apesar das cotas determinadas pelo governo federal para as instituições públicas. Em São Paulo, por exemplo, 18,9% da parcela "não-negra" da população têm ensino superior completo, enquanto a média entre os negros é cinco vezes menor (3,9%).
Mesmo em Salvador, onde o movimento negro é mais forte, existe uma grande diferença de acesso às universidades de acordo com a raça: na capital baiana, 7,5% dos negros têm ensino superior completo, enquanto 28,3% dos não-negros estão na mesma situação
Círculo vicioso
Neste sentido, segundo a economista do Dieese, faz sentido o programa de cotas em vigor. "É uma ação afirmativa. É uma forma de a sociedade proporcionar a essa população as mesmas oportunidades", ressalta. Patrícia lembra que a população negra está inserida em um círculo que a impede de chegar à educação superior: geralmente, essa população têm educação básica de pior qualidade e precisa entrar antes no mercado de trabalho, abandonando os estudos.
Esse círculo vicioso, segundo a economista, é também representado pela escolaridade baixa que influencia no alto desemprego, e vice-versa. Os negros são maioria na fatia da população com escolaridade até o ensino médio incompleto. Em Salvador, por exemplo, 21,3% dos não-negros estudaram menos de 11 anos, enquanto a proporção de negros na mesma situação é de 47,9%.
Raça e gênero
Quando se misturam as variáveis "raça" e "gênero", as diferenças ficam ainda mais evidentes. Na maioria das regiões metropolitanas consideradas pelo estudo do Dieese (Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e São Paulo), a taxa do desemprego de homens não-negros é pelo menos 50% inferior à das mulheres negras.
Segundo o levantamento, que compila dados da pesquisa de emprego da entidade entre agosto de 2006 e julho de 2007, um homem negro com ensino superior completo recebe 27,7% menos que um não-negro com a mesma escolaridade.
De acordo com Patrícia Lino Costa, economista do Dieese, existe claramente um fator de discriminação no mercado de trabalho. "É preciso olhar essa parcela da população e criar condições para que sua entrada e ascensão profissional não seja barrada por sua aparência", ressalta.
De acordo com Patrícia, um homem negro com ensino superior completo hoje ganha R$ 13 por hora, em média, enquanto um não-negro com a mesma escolaridade recebe R$ 18 - uma diferença de 27,7%.
Escolaridade
O estudo mostra que cada vez mais trabalhadores buscam uma formação superior no país. Entretanto, o levantamento mostra que os negros estão demorando mais para chegar à universidade, apesar das cotas determinadas pelo governo federal para as instituições públicas. Em São Paulo, por exemplo, 18,9% da parcela "não-negra" da população têm ensino superior completo, enquanto a média entre os negros é cinco vezes menor (3,9%).
Mesmo em Salvador, onde o movimento negro é mais forte, existe uma grande diferença de acesso às universidades de acordo com a raça: na capital baiana, 7,5% dos negros têm ensino superior completo, enquanto 28,3% dos não-negros estão na mesma situação
Círculo vicioso
Neste sentido, segundo a economista do Dieese, faz sentido o programa de cotas em vigor. "É uma ação afirmativa. É uma forma de a sociedade proporcionar a essa população as mesmas oportunidades", ressalta. Patrícia lembra que a população negra está inserida em um círculo que a impede de chegar à educação superior: geralmente, essa população têm educação básica de pior qualidade e precisa entrar antes no mercado de trabalho, abandonando os estudos.
Esse círculo vicioso, segundo a economista, é também representado pela escolaridade baixa que influencia no alto desemprego, e vice-versa. Os negros são maioria na fatia da população com escolaridade até o ensino médio incompleto. Em Salvador, por exemplo, 21,3% dos não-negros estudaram menos de 11 anos, enquanto a proporção de negros na mesma situação é de 47,9%.
Raça e gênero
Quando se misturam as variáveis "raça" e "gênero", as diferenças ficam ainda mais evidentes. Na maioria das regiões metropolitanas consideradas pelo estudo do Dieese (Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e São Paulo), a taxa do desemprego de homens não-negros é pelo menos 50% inferior à das mulheres negras.
Fonte:
24 Horas News
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/198545/visualizar/
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