Médicos dizem que obesas não devem receber fertilização
Mulheres obesas devem ser impedidas de fazer tratamento para infertilidade até que percam peso, dizem especialistas em medicina reprodutiva.
Segundo as novas recomendações da British Fertility Society (BFI) - sociedade britânica que representa profissionais ligados à medicina reprodutiva -, o tratamento de fertilização in vitro deve ser oferecido apenas a mulheres com Índice de Massa Corporal inferior a 30, seja nos hospitais públicos ou nos privados.
O Índice de Massa Corporal (IMC) é reconhecido internacionalmente como o padrão para avaliar o grau de obesidade. Ele é calculado dividindo-se o peso (em quilos) pela altura ao quadrado (em metros).
Alguns especialistas em obesidade reagiram às recomendações dizendo que as medidas são discriminatórias, mas a British Fertility Society disse que as novas diretrizes são baseadas no que é melhor para a mãe e para o bebê.
"A obesidade reduz as chances de que uma mulher conceba naturalmente e diminui a possibilidade de que o tratamento para infertilidade seja bem-sucedido", disse Tony Rutherford, presidente do comitê que determina as políticas da BFS.
"(O peso) também aumenta o risco de complicações durante o tratamento para infertilidade e na gravidez e coloca em perigo a saúde e o bem estar da mãe e da criança", acrescentou Rutherford.
Entre as "complicações" citadas estão a dificuldade em oferecer anestesia segura para as mulheres obesas durante os procedimentos, assim como problemas para ver os ovários em exames de ultra-som.
Especialistas acreditam também que a obesidade aumenta os riscos de aborto após o tratamento de fertilização.
As recomendações da BFS não têm efeito legal na Grã-Bretanha, mas são seguidas por muitos profissionais da área.
O presidente do National Obesity Forum, o Fórum Nacional de Obesidade na Grã-Bretanha, Colin Waine, disse que acha as recomendações "preocupantes".
"Perder peso pode melhorar o sucesso do tratamento, e as mulheres deveriam ser conscientizadas disso, mas negar o tratamento é discriminação", disse.
"Estamos seguindo por um caminho cada vez mais incerto, de racionar (o tratamento) com base no peso, mesmo quando mulheres obesas poderiam se beneficiar imensamente do tratamento", acrescentou Waine.
Cerca de 25% das mulheres britânicas são obesas, possuindo um IMC igual ou superior a 30.
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