Repórter News - reporternews.com.br
Tecnologia
Terça - 13 de Novembro de 2007 às 14:59

    Imprimir


Bronnie Brown acabava de atravessar um conturbado divórcio em 1999, estava morando com a irmã e não sabia o que o futuro lhe reservava. Só de farra, respondeu a um anúncio de emprego de massagista para trabalhar internamente no Google, que na época estava apenas iniciando as atividades no Vale do Silício, com 40 funcionários.

Ela conseguiu o emprego de meio-período, cuja remuneração inicial era de US$ 450 por semana, mas que também incluía uma cota de ações do Google que, àquela altura, ela imaginava que não valiam um centavo.

Depois de cinco anos massageando as costas dos engenheiros, Brown se aposentou, capitalizando a maioria de suas opções de ações, que já valiam milhões de dólares. Para sua enorme satisfação, as ações que ela tinha continuaram a valorizar.

"Estou feliz por ter acumulado um número suficiente de ações para os dias de vacas magras, mas agora as vacas nunca estiveram tão gordas", declarou Bonnie Brown, 52 anos, que hoje mora em uma casa de 280 metros quadrados em Nevada, faz aulas particulares de pilates e agora recebe massagens pelo menos uma vez por semana.

Ela viajou o mundo para coordenar uma instituição de caridade que fundou com os lucros obtidos com o Google e escreveu um livro, ainda não publicado, chamado "Giigle: How I Got Lucky Massaging Google" (Rindo à toa: como tive sorte massageando o Google).

Bilhões em ações - usando o preço das ações do Google atingiu US$ 700 por ação na semana passada, voltando a cair para US$ 664 na sexta-feira, não foram apenas os acionistas externos que estavam rindo à toa.

De acordo com documentos arquivados na quarta-feira (7) junto à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, os funcionários e ex-funcionários do Google detêm opções capitalizáveis no valor de cerca de US$ 2,1 bilhões. Além disso, os funcionários atuais desfrutam de ações e opções de ações concedidas, porém não adquiridas, ou opções que não podem capitalizar imediatamente. Somadas, equivalem a cerca de US$ 4,1 bilhões.

Um dos fundadores, Larry Page, tem ações avaliadas em US$ 20 bilhões. O outro, Sergey Brin, tem um pouco menos, US$ 19,6 bilhões, segundo a Equilar, empresa de pesquisa de compensação salarial de executivos sediada em Redwood Shores, na Califórnia.

"Trata-se de um fenômeno muito raro, em que uma empresa passa a ter um valor tão alto e tão rapidamente", declarou Peter Hero, consultor sênior da Silicon Valley Community Foundation, que trabalha com indivíduos e corporações para ajudar instituições de caridade na região do Vale do Silício.

"Nos períodos de boom, houve muitas empresas cujos funcionários ganharam muito dinheiro rápido, como Yahoo e Netscape. Mas a escala não chegou nem perto do que acontece com o Google."

Universo à parte - De fato, o Google parece habitar um universo à parte, com suas ações subindo mesmo quando outras ações do setor de tecnologia sofriam com os caprichos de investidores. A ação alcançou a alta sem precedentes de US$ 747,24 na terça-feira (6), em seguida caindo mais de US$ 83 por ação ao longo da semana e fechando a US$ 663,97 na sexta-feira (9). Mas mesmo depois da venda em massa, as ações subiram mais de 44%, ou US$ 203 por ação, neste ano.

Foi-se o tempo em que pessoas como Bonnie Brown recebiam milhares de opções do Google com o preço de exercício, ou o preço pré-determinado que os funcionários pagariam para comprar a ação, definido em centavos. Aproximadamente metade dos 16 mil funcionários que trabalham hoje no Google estão na empresa há um ano ou menos, e suas opções tem preço médio de exercício de mais de US$ 500.

Diversos funcionários do Google entrevistados para esta reportagem afirmam que não ficam acompanhando a elevação vertiginosa das ações da empresa. Em se tratando de conhecimento do preço da ação, como eles afirmam, o Google é diferente de outras grandes empresas de alta tecnologia onde já trabalharam, como a Microsoft, onde o preço diário da ação é informado na tela do computador de muitas pessoas.

No Google, esse acompanhamento é mais sutil, contam eles. "Não é considerado 'Googley' ficar verificando o preço da ação", declarou um engenheiro, usando o jargão do Google que define aquilo que é aceitável pela cultura da empresa.

Funcionários do silício - O aumento das ações do Google está afetando os mais distantes horizontes da empresa. A quantidade de opções concedidas a novos funcionários do Google, em geral, depende do cargo e do nível salarial do contratado, e o valor normalmente se baseia no preço da ação no início do vínculo empregatício.





Fonte: G1

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/198632/visualizar/