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Polícia Brasil
Terça - 13 de Novembro de 2007 às 10:43

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A força-tarefa do Ministério Público Federal que investiga a atuação da Polícia Federal na Operação Oeste ofereceu à Justiça Federal em Marília a quinta denúncia contra o ex-delegado chefe da PF da cidade. Ele e outros quatro policiais são acusados formalmente por terem furtado, se apropriado ou desviado mercadorias em suposta operação contra contrabando realizada na rodovia Raposo Tavares, em maio de 2001. O quinteto é acusado de crime de peculato (furto e apropriação indébita cometida por servidor público) e formação de quadrilha armada.

As denúncias surgiram durante a Operação Oeste, que desmantelou quadrilha formada por agentes de segurança pública federais e estaduais, ex-policiais e particulares que cometiam crimes na região Oeste do Estado de São Paulo. Uma vítima da quadrilha viu o delegado e um policial retirando mercadorias apreendidas do depósito que havia na garagem da delegacia.

Um preso confirmou que o delegado e policiais que participaram da operação na estrada, carregaram uma caminhonete e o carro do delegado com produtos de informática desviados da apreensão realizada.

Quatro ônibus foram parados pela equipe da PF às 10h de 6 de maio na Rodovia Raposo Tavares, em Ourinhos. Mas só um ônibus foi apreendido e conduzido à delegacia da Polícia Federal em Marília. Durante a operação , o motorista viu produtos de informática serem retirados dos outros três ônibus que foram liberados e colocados no bagageiro e no corredor do veículo que dirigia.

Após o depoimento do motorista do ônibus, a Polícia Federal localizou 17 dos 21 passageiros do ônibus, que confirmaram o teor de suas informações. A grande maioria viu uma caminhonete sair carregada de mercadorias da delegacia e confirmou a "devolução de parte das mercadorias" e que os policiais "pareciam interessados apenas em produtos de informática" .

Para os procuradores da República Célio Vieira da Silva, André Libonati, Fabrício Carrer e Fábio Bianconcini de Freitas, que atuam no caso, não há dúvidas: o delegado e os agentes da PF saíram da delegacia naquela manhã de maio de 2001 com um só objetivo: o de se apoderar das mercadorias trazidas pelos passageiros dos ônibus.

O flagrante teve propositadamente apenas um preso - o motorista - e o auto de apreensão não descreveu todas as mercadorias apreendidas, porque nem tudo foi apreendido e os policiais não adotaram o procedimento correto, que é o de tentar individualizar as condutas, ou seja, dizer quem eram os donos das mercadorias estrangeiras.

Brinquedos e mercadorias de baixo valor, como telefones sem fio, foram devolvidos aos passageiros. E as bebidas, os perfumes, câmeras fotográficas, aparelhos de som, em grande quantidade no ônibus, não foram descritos no auto de apreensão.

O ex-delegado chefe da PF já responde pelos crimes de concussão, extorsão, peculato (dois processos), quadrilha e corrupção. Ele já teve parte dos bens indisponibilizados em duas ações civis públicas por atos de improbidade administrativa, ajuizadas pelo Ministério Público Federal.





Fonte: G1

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