Diretores do Liceu e do Médici criticam o provão
Os diretores das escolas estaduais Presidente Médici e Liceu Cuiabano se dizem indignados com a reportagem divulgada no Fantástico (Rede Globo) deste domingo em que as duas instituições foram consideradas as piores do país, a partir de um provão feito nas capitais - veja mais aqui. O caso ganhou repercussão e começa a suscitar debates sobre a qualidade do ensino público em Mato Grosso. Eles alegam que a aplicação das provas realizadas pelos repórteres da TV Centro América (afiliada a Rede Globo) foram "às escondidas".
"Discordamos do resultado dessa prova. Eles (TVCA) deveriam terem pegos ao menos 10% dos alunos da nossa escola para poder divulgar esse resultado", critica o diretor do Presidente Médici, Aluísio Guimarães, ao informar que somente dois dos 4,8 mil alunos da instituição fizeram a prova. Dentro da tese segundo o qual o resultado deve ser questionado, o diretor observa que "os estudantes do Liceu Cuiabano selecionados para a prova estudam no período noturno, o que geralmente influencia no nível de aprendizagem". "A maioria desses alunos trabalham durante o dia e o rendimento escolar acaba sendo inferior. Portanto, essas questões devem ser consideradas".
Na tentativa de reverter a situação caótica, Aluísio, juntamente com os adolescentes que responderam aos questionamentos se reuniram nesta segunda (12) com as secretárias-adjuntas de Políticas Educacionais e de Recursos Humanos da Seduc, respectivamente, Rosaneide Sandes e Verinha Araújo. De acordo com Rosaneide, a pasta encaminhará um ofício à TV Centro América com o intuito de esclarecer os fatos. Ela afirma que o resultado do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica é de 3,6 pontos, o que coloca Mato Grosso próximo à média nacional de 3,8. "Nosso índice é consideravelmente bom, ou seja, dentro da média nacional", enfatiza Rosaneide.
Logo cedo, o diretor encaminhou um nota ao secretário Ságuas Moraes, solicitando que divulgue os fatos oficiais a respeito da matéria. No documento, o diretor reclama que ninguém tinha conhecimento da prova e que os alunos foram abordados na portão da unidade escolar. A prova foi aplicada no escola Liceu Cuiabano, o que ele também julga incorreto. "Se os alunos são do Médici teriam que fazer a prova lá (no Médici) e não no Liceu", questiona. Nesse caso, foram escolhidas as duas maiores escolas do Estado. O Liceu é a segunda. Possui cerca de 1,8 mil alunos.
Já a adjunta Verinha (PT), ex-deputada estadual, disse que "a Globo não tem condições para aplicar uma prova desse tipo". Reconhece, porém, que a Universidade Federal Fluminense, responsável pela elaboração do provão, é conceituda nacionalmente, mas entende que esses índices são insignificantes pela forma como foram coletados. "Temos dados oficiais do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que possui uma metologia de trabalho especiliazada", contesta.
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