Dois jovens são presos por extorquir padre em Sergipe
Embora resida em Aracaju, o padre decidiu fazer a denúncia em Ribeirópolis porque trabalhou lá durante seis anos. Os jovens moram na cidade. Até hoje, a delegada que investiga o caso, Gisele Martins, não havia recebido denúncia de crime de pedofilia contra o padre.
A partir da denúncia de que estava sofrendo extorsão, o sacerdote recebeu orientação da polícia. "O padre nos pediu ajuda. Foi quando passamos a monitorar a situação e armamos uma campana nos fundos do cemitério da cidade, local marcado para entregar a quantia exigida pelos garotos", explicou a delegada. Quando o padre foi fazer o pagamento de R$ 2 mil, Barreto e o menor foram flagrados. Eles ainda exigiram mais R$ 5 mil em troca do silêncio.
Acusados
Além dos dois jovens, outra pessoa é procurada pela polícia por envolvimento no caso. A delegada tem somente o apelido do rapaz, mas prefere mantê-lo em sigilo. Ela investiga, ainda, a denúncia de que o garoto de 14 anos teria envolvimento com drogas - ele seria um "avião" (quem faz a entrega de drogas).
O padre foi orientado pela assessoria jurídica da Cúria Metropolitana a não se manifestar sobre o assunto. O advogado da Cúria, Charles Porto Prado, disse, no entanto, que o sacerdote "nega peremptoriamente as acusações" e que foi vítima de extorsão. Nas conversas telefônicas, Barreto teria dito que iria ocorrer com José Raimundo o mesmo que ocorrera com o padre Júlio Lancelotti, em São Paulo.
O advogado da Cúria Metropolitana, Charles Prado, confirma que, nas ligações telefônicas, Barreto ameaçava denunciar o padre por envolvimento homossexual caso não recebesse dinheiro. O advogado disse que ouviu do padre sacerdote que jamais manteve relações sexuais com o rapaz e que foi ele próprio que denunciou o caso à polícia, uma semana depois de começar a receber telefonemas ameaçadores. A delegada e o advogado da Cúria Metropolitana não informaram o nome completo do sacerdote.
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