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Saúde
Segunda - 12 de Novembro de 2007 às 13:12

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A partir de 2009, alimentos com pelo menos 50% a mais de nutrientes como ferro, zinco e pró-vitamina A (betacaroteno), sem custo adicional para os consumidores, já deverão estar sendo comercializados no Brasil. A previsão é da pesquisadora Marília Nutti, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Ela coordena no Brasil, os programas internacionais HaverstPlus e Agrosalud para a biofortificação de feijão, arroz, milho, mandioca, trigo, feijão caupi (de corda) e batata-doce. E participa até quarta-feira (14) de encontro em que pesquisadores de mais seis países (Estados Unidos, México, Peru, Colômbia, China e Índia) apresentam as experiências realizadas em seus países.

"Antes de poderem ser comercializados, os produtos enriquecidos têm que passar por várias fases de testes. Não basta apenas cruzar as melhores variedades. É preciso também analisar a performance na agricultura e a boa resistência à seca, para as regiões do semi-árido", disse Nutti, depois de informar que "a falta da pró-vitamina A tem impacto mais expressivo em estados como Sergipe e Maranhão".

As pesquisas, contou, estão "no meio do caminho", mas a batata-doce, por exemplo, já conseguiu ser obtida com mais de 50% de pró-vitamina A. "Estou com 10 microgramas por grama de betacaroteno, mas quero chegar aos 15 microgramas. É um resultado muito promissor após quatro anos de trabalho", acrescentou.

Também com o feijão foram alcançados resultados significativos: "Por meio do melhoramento convencional, as pesquisas obtiveram 80 partes de ferro e 50 partes de zinco por milhão. O produto comum tem 50 partes de ferro por milhão e precisamos chegar a 100 para conseguir algum impacto na saúde. Quanto ao zinco, o feijão comum apresenta apenas 30 partes por milhão."

Em Sergipe, ainda segundo Marília Nutti, será testada "a mandioca amarelinha, que já está com dez microgramas por grama de betacaroteno, e a nossa batata-doce, que já tem 100 microgramas por grama de betacaroteno e é da cor de uma abóbora". Já os testes com o arroz, informou, só vão começar em 2008, "já que o produto ainda está na fase de melhoramento".

As descobertas dos programas HaverstPlus e Agrosalud serão compartilhadas em todo o mundo e estão livres do pagamento de royalties, acrescentou Nutti. O próximo encontro dos pesquisadores está previsto para dezembro, na China, com a participação também de especialistas brasileiros.





Fonte: Agência Brasil

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