Arcanjo é proprietário de empresa de combustível
Autoridades consultadas pela reportagem do Jornal A Gazeta afirmam, no entanto, que apesar da distribuidora estar suspensa, pode sim estar recebendo, de forma ilegal, produto de contrabando e fazendo sua distribuição, também de forma ilegal.
Conforme A Gazeta publicou com exclusividade esta semana, o genro de Arcanjo, Geovane Zem Rodrigues, possui uma frota de aproximadamente 50 carretas e as utilizava, antes de ser preso na operação Arrego, no dia 16 de outubro deste ano, principalmente para o transporte de combustível do Uruguai. A informação consta nas investigações feitas pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
Entretanto, se o transporte é feito para Mato Grosso estaria, provavelmente, sendo feito de forma ilegal, isto porque o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo) afirmou que desconhece qualquer operação de importação de combustível, de forma legal, do Uruguai para Mato Grosso.
As quatro maiores distribuidoras de combustível do Estado também afirmaram desconhecer qualquer importação de outro país que esteja sendo feita dentro da lei.
Para que ocorra uma importação, mesmo de forma ilegal, o genro de Arcanjo necessitaria de uma distribuidora. Conforme A Gazeta já havia antecipado, haviam informações de que o "Comendador" estaria entrando neste ramo antes de ser preso. A informação agora é confirmada com a Vitória Petros Distribuidora constando entre os bens dele que foram sequestrados.
Em um dos processos da Justiça Federal, no qual o "Comendador" foi condenado por lavagem de dinheiro, um trecho destaca que "com atuação diversificada a quadrilha (liderada por Arcanjo) comanda a empresa Vitória Petros Distribuidora de Combustíveis e Derivados de Petróleo Ltda", sendo que um dos sócios do empreendimento é João Arcanjo Ribeiro.
Suspensão - A Sefaz não forneceu dados à reportagem sobre a empresa do "Comendador", alegando que são informações confidenciais. Apesar da reportagem ter a confirmação que o cadastro da distribuidora estava suspenso no órgão, a assessoria de imprensa disse que nem mesmo a data da suspensão poderia informar.
A Justiça Federal também não repassou informações sobre a empresa, nem mesmo se o bem continua entre os sequestrados. À reportagem também não foi permitido acesso ao processo. O administrador dos bens de Arcanjo, Francisco Bonfim, foi procurado e também se negou a prestar qualquer tipo de informação.
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