Estudantes avaliam positivamente questões do Enade

Mesmo despreocupados com o resultado da 4ª edição do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), um grupo de estudantes de Brasília criticou a falta de entrosamento da faculdade com temas atuais abordados na prova, realizada neste domingo (11) em todo país com alunos de 16 cursos de graduação.

Na prova de agronomia, os conhecimentos de irrigação e de produção com preservação ambiental ganharam destaque. Restaram críticas à didática da faculdade e satisfação por conta dos temas abordados no exame. “Nós estudamos de um jeito e nos perguntaram de outro. É uma questão de método de ensino. Nós aprendemos muitas coisas para apenas preencher espaço [curricular]. A prova foi abrangente e direta. Diversas perguntas multidisciplinares, o que é interessante”, avalia Edmílson Marcelino, estudante do 8º semestre do curso de agronomia da Faculdade das Terras de Brasília (FTB).

Jerônimo Gonçalves, da UnB, disse que a prova foi fácil, principalmente porque abordava assuntos da atualidade. Ele respondeu todas questões objetivas e três das cinco perguntas dissertativas. Mas Gonçalves disse que este exame não basta para que o a universidade seja avaliada. “Tem que avaliar os professores, não só os alunos”, reclama.

Serviço Social

Já os alunos de serviço social, ouvidos pelo G1, consideraram às questões fáceis, e também criticaram o método de avaliação. “Essa prova não é importante. Não é uma avaliação do curso. Não é um método eficiente” disse Thais Imperatori, da Universidade de Brasília (UnB). As questões de conhecimento geral em Serviço Social se fixaram, de acordo com os estudantes, na língua portuguesa e na interpretação de textos.

Aluna do segundo semestre do curso de agronomia da FTB, Natália Alencar, 19, saiu feliz da prova. “Achei bem razoável. A maioria dos conteúdos eu ainda não vi. Mas, do que eu já vi, estava bem fácil. Eu tô no caminho certo! Achei os temas bem atuais, desmatamento e meio-ambiente”, explicou.

Cerca de 600 alunos foram submetidos ao Enade na Caseb, escola de ensino fundamental na Asa Sul, em Brasília. De acordo com a coordenação no local de provas, em nenhum momento houve transtornos em decorrência dos protestos realizados pela União Nacional dos Estudantes (UNE).

O único fato anotado pela coordenação do exame foi a colagem de adesivos de protesto, feitos pela UNE, contra o Enade. O adesivo foi colocado na prova, após os estudantes assinarem o documento que identifica a presença deles no local de provas. O aluno que não comparecer ao local de provas perde o direito de receber o diploma de conclusão de curso.

O exame

No total, 258.342 universitários de todo o país foram convocados para responder a prova. O exame avalia alunos ingressantes e concluintes de 16 áreas de conhecimento.

Foram convocados estudantes dos cursos de agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, tecnologia em radiologia, tecnologia em agroindústria, terapia ocupacional e zootecnia, além dos que cursam outra graduação e deixaram de fazer o exame em anos anteriores.

A prova é a mesma para ingressantes e concluintes da mesma área e conta com 40 questões de múltipla escolha e dissertativas, 30 específicas do curso e dez de formação geral. Com base no desempenho dos estudantes, os cursos receberão conceitos de 1 a 5.

O objetivo da prova

O Enade faz parte do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e visa avaliar a qualidade do cursos de graduação mediante o desempenho dos estudantes. Também compõem o Sinaes, a Avaliação de Curso e a Avaliação Institucional.

O exame busca medir a contribuição do curso na formação do estudante. Dessa forma, aplica a mesma prova para alunos ingressantes e para alunos concluintes de cada um dos cursos avaliados - medindo, assim, a situação em que o estudante chegou ao curso e a situação em que está saindo, o que permite avaliar o que foi agregado em termos de conhecimento, tanto geral quanto específico.