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Ban Ki-moon visita Brasil em meio a debate sobre etanol
De São Paulo - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chega ao Brasil neste domingo para uma visita de três dias em um momento em que a idéia do uso de biocombustíveis como alternativa energética enfrenta crescente resistência no exterior - sobretudo na Europa.
Moon começa sua visita ao país justamente conhecendo uma usina de álcool, na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e o assunto deve fazer parte da conversa que terá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A BBC Brasil apurou que o secretário da ONU deve evitar dar o endosso entusiasmado ao etanol e aos demais biocombustíveis que o governo brasileiro gostaria de receber, já que o tema não é unanimidade na organização.
Menina-dos-olhos da política externa de Lula, o biocombustível vem sendo promovido pelo Brasil como uma alternativa ecologicamente correta aos combustíveis fósseis no combate ao aquecimento global e como uma opção econômica para países pobres da África e América Central.
A iniciativa ganhou impulso e manchetes em todo o mundo com o anúncio de uma "parceria estratégica" entre o Brasil e os Estados Unidos na área de biocombustíveis durante a visita de George W. Bush ao país em março.
De lá para cá, porém, a idéia vem enfrentando oposição de vários lados: ambientalistas, grupos econômicos, governos e até de dentro da ONU.
Os dois principais argumentos dos críticos são que a produção de biocombustíveis tende competir e encarecer com a de alimentos e que a plantação de cana empurraria outras culturas para Amazônia, aumentando a devastação da região.
No final de outubro, o relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, Jean Ziegler, chegou a pedir uma moratória na produção de biocombustíveis, dizendo ser "crime contra a humanidade converter terras para a agricultura em solo para produzir alimento a ser queimado como combustível".
O governo brasileiro argumenta que, ao contrário do etanol de milho americano, o álcool de cana não compete com a produção de alimentos e que há um estoque de terras ociosas suficiente para garantir a produção de cana sem afetar a de outras culturas.
A posição da secretaria-geral da ONU é que todas as alternativas aos combustíveis fósseis, acusados de serem os maioreis vilões do aquecimento global, devem ser consideradas com atenção - e é nesse contexto que a visita de Moon deve ser entendida.
A escala do secretário da ONU no Brasil é parte de uma viagem pela América do Sul que tem dois objetivos: chamar a atenção do mundo para os reflexos do aquecimento global na região e promover o tema localmente.
A iniciativa ocorre a cerca de um mês de uma reunião em Bali, na Indonésia, em que líderes do mundo inteiro devem discutir o que fazer quando o Protocolo de Kyoto chegar ao fim, em 2012. O protocolo prevê uma série de medidas para conter o efeito estufa.
O roteiro da viagem, que começou na quarta-feira, inclui, além do Brasil, bases na Antártida e glaciares no Chile e na Argentina. Moon deve terminar seu giro pela região com uma passagem pela Amazônia.
Moon começa sua visita ao país justamente conhecendo uma usina de álcool, na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e o assunto deve fazer parte da conversa que terá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A BBC Brasil apurou que o secretário da ONU deve evitar dar o endosso entusiasmado ao etanol e aos demais biocombustíveis que o governo brasileiro gostaria de receber, já que o tema não é unanimidade na organização.
Menina-dos-olhos da política externa de Lula, o biocombustível vem sendo promovido pelo Brasil como uma alternativa ecologicamente correta aos combustíveis fósseis no combate ao aquecimento global e como uma opção econômica para países pobres da África e América Central.
A iniciativa ganhou impulso e manchetes em todo o mundo com o anúncio de uma "parceria estratégica" entre o Brasil e os Estados Unidos na área de biocombustíveis durante a visita de George W. Bush ao país em março.
De lá para cá, porém, a idéia vem enfrentando oposição de vários lados: ambientalistas, grupos econômicos, governos e até de dentro da ONU.
Os dois principais argumentos dos críticos são que a produção de biocombustíveis tende competir e encarecer com a de alimentos e que a plantação de cana empurraria outras culturas para Amazônia, aumentando a devastação da região.
No final de outubro, o relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, Jean Ziegler, chegou a pedir uma moratória na produção de biocombustíveis, dizendo ser "crime contra a humanidade converter terras para a agricultura em solo para produzir alimento a ser queimado como combustível".
O governo brasileiro argumenta que, ao contrário do etanol de milho americano, o álcool de cana não compete com a produção de alimentos e que há um estoque de terras ociosas suficiente para garantir a produção de cana sem afetar a de outras culturas.
A posição da secretaria-geral da ONU é que todas as alternativas aos combustíveis fósseis, acusados de serem os maioreis vilões do aquecimento global, devem ser consideradas com atenção - e é nesse contexto que a visita de Moon deve ser entendida.
A escala do secretário da ONU no Brasil é parte de uma viagem pela América do Sul que tem dois objetivos: chamar a atenção do mundo para os reflexos do aquecimento global na região e promover o tema localmente.
A iniciativa ocorre a cerca de um mês de uma reunião em Bali, na Indonésia, em que líderes do mundo inteiro devem discutir o que fazer quando o Protocolo de Kyoto chegar ao fim, em 2012. O protocolo prevê uma série de medidas para conter o efeito estufa.
O roteiro da viagem, que começou na quarta-feira, inclui, além do Brasil, bases na Antártida e glaciares no Chile e na Argentina. Moon deve terminar seu giro pela região com uma passagem pela Amazônia.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/198963/visualizar/
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