Advogado de Dunga festeja falha do STJD
“Saio daqui (do tribunal) aliviado. A denúncia não levou em conta que o Dunga deu um empurrão no quarto árbitro. Está na súmula. Aí, (o resultado) seria terrível”, comentou Pucheau, sem notar que o repórter do Estado estava no elevador do prédio do STJD, na Rua da Ajuda, no centro do Rio.
Na súmula do árbitro Baldomero Toledo consta que Dunga teve a atenção chamada porque deixou a área técnica e empurrou o quarto árbitro, que chamou Toledo para falar do incidente - resultando na expulsão do treinador. No STJD, os auditores preferiram enquadrá-lo com base na alínea A do Artigo 49 do Código Disciplinar da Fifa (conduta antidesportiva) e aplicaram-lhe suspensão de quatro partidas (amistosas). Mas, de acordo com especialistas em direito esportivo internacional ouvidos pelo Estado, Dunga deveria ter sido denunciado com base na alínea B do mesmo artigo, cujo texto prevê seis meses de suspensão para quem pratica ‘vias de fato’ contra árbitro ou auxiliar. “Certamente foi esse o temor do advogado da CBF e a Fifa pode fazer essa leitura”, comentou um jurista, que milita no STJD e pediu anonimato.
No julgamento, Dunga foi condenado por 5 votos a 4. Embora não tenha comparecido à sessão, ele foi repreendido com declarações firmes de vários auditores. O presidente do STJD, Rubens Approbato, chegou a afirmar que “Dunga deu mau exemplo a todos”.
O STJD já encaminhou a ata da sessão à CBF, que a enviará para a Fifa. Não há, porém, prazo para o julgamento final. Se for mantida a pena inicial de quatro jogos, Dunga deverá cumpri-la pela metade - por dois amistosos -, desde que nos seis meses seguintes (ao segundo amistoso da seleção) não cometa novo ato de indisciplina.
As informações são de O Estado de S. Paulo.
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