Angela Merkel entra no seleto grupo de hóspedes do rancho de Bush

Washington, 9 nov (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, chegará hoje aos Estados Unidos para se reunir com George W. Bush no rancho dele em Crawford, no Texas - uma honra que o presidente dos EUA reserva só para líderes que considera mais próximos.

Como explicou esta semana o próprio Bush, eles farão "o que ela quiser".

A chanceler alemã deve chegar ao Texas no início da tarde (hora local), e em seguida terão um jantar em particular. Merkel viaja acompanhada pelo marido, Joachim Sauer. A visita foi um convite feito por Bush e a esposa, Laura.

No sábado, Merkel e Bush devem dar uma entrevista coletiva conjunta, sobre alguns dos assuntos mais relevantes da política internacional.

Nas conversas serão abordados assuntos como o processo de paz no Oriente Médio, a questão do programa nuclear iraniano, a crise humanitária em Dafur, a mudança climática e o combate ao terrorismo internacional.

Outro aspecto a destacar do encontro é a recepção oferecida por Bush a Merkel, ao convidá-la para um de seus espaços mais privados, um privilégio só permitido a poucos. O rancho é um refúgio pessoal do presidente dos EUA, para onde só leva dirigentes estrangeiros aos quais quer dar atenção.

O presidente russo, Vladimir Putin, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, e os reis da Espanha são alguns desses poucos escolhidos. Todos foram hóspedes que tiveram a oportunidade de desfrutar da hospitalidade de Bush na residência texana.

O que ambos farão em seus momentos livres não se sabe, mas o presidente explicou à imprensa alemã que, se ela quiser passear, eles irão.

"Tenho vontade de mostrar a ela parte de uma propriedade que guardo no coração", disse.

Merkel poderá ver de tudo: de florestas, cascatas e canhões até fauna e flora de vários tipos.

"Não será muito formal, será uma conversa entre amigos. Não posso agradecer o suficiente a vinda dela", afirmou Bush.

Este encontro pessoal será uma devolução da recepção que Merkel e Sauer deram ao casal Bush em 2006 na pequena localidade de Trinwillershagen, no estado de Mecklemburgo-Pomerânia, região natal da chanceler.

O fato de o encontro acontecer em um ambiente familiar também ressalta o bom momento das relações políticas entre Berlim e Washington.

Bush já deixou claro esta semana: os EUA precisam da Alemanha para enfrentar as questões do Irã e do Afeganistão, entre outras.

"Precisamos da ajuda da Alemanha para resolver diplomaticamente o problema com o Irã", disse Bush, acrescentando que respeita a decisão do Governo alemão de não enviar tropas para o Afeganistão.

No entanto, Bush evitou se comprometer sobre se apóia as aspirações alemãs de ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Ele disse apenas que defendia uma reforma da organização e que "claramente" Alemanha é um país "importante", mas que, exceto no caso do Japão, não tinha tomado partido de ninguém.

A estadia de Merkel em solo americano, segundo a Chancelaria alemã, será de menos de 20 horas.