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Chávez chama Lula de 'magnata petroleiro'
SANTIAGO -
Ainda sob o impacto da notícia que o Brasil ampliou em 50% suas reservas de petróleo, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, propôs ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um esforço conjunto para fornecer combustível mais barato aos países pobres. "Lula, agora que você tem tanto petróleo poderíamos criar a Petroamazônia", disse o venezuelano, durante a cerimônia de abertura da 17ª Cúpula Iberoamericana.
Propôs, ainda, que os dois países forneçam petróleo à Argentina em troca de tratores e vacas prenhes. Em seu longo discurso, mencionou cinco vezes a nova condição do Brasil e chamou Lula de "magnata petroleiro". Disse também que agora o Brasil poderia ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Lula não pôde responder a Chávez em público, pois a série de discursos foi interrompida para não atrasar a programação, que incluiu pose para uma foto oficial, o plantio de árvores nativas chilenas e almoço. À tarde, os debates foram fechados à imprensa.
Proposta rechaçada
A proposta de vender petróleo abaixo do preço de mercado, porém, foi rechaçada pelo assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. "A empresa (Petrobras) tem de ter sua autonomia de operação", disse. "Essa questão não está em discussão". Sobre a criação da Petroamazônia, ele comentou que o petróleo recém-descoberto no Brasil não está na Amazônia. Há discussões para se formar a "Petrosur" mas, segundo Garcia, não se trata de unificar as petrolíferas da região.
As receitas com a exportação de petróleo têm sido o principal instrumento de Hugo Chávez para expandir sua influência sobre os países da América do Sul. As novas reservas brasileiras, em teoria, dão ao Brasil um novo peso na disputa pela liderança regional.
Marco Aurélio Garcia, porém, não quis confirmar essa tese. Ele contou que conversou privadamente com Chávez, e este lhe disse que a descoberta de mais petróleo no Brasil é ótima notícia, pois ajuda a fortalecer a América do Sul. Na avaliação do assessor de Lula, as repetidas menções do venezuelano ao "petróleo de Lula" não foram fruto de ciúmes. "Que ponta de inveja a Venezuela pode ter, sendo a maior potência petrolífera da região?" questionou.
Longe de estar irritado, Chávez fez brincadeiras, segundo relatou Garcia. Disse a Lula que começará a produzir biocombustíveis, já que o Brasil está produzindo tanto petróleo. Também teria se oferecido para propor o ingresso do País na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), na reunião que se realiza semana que vem.
O ingresso na Opep, disse Garcia, é "uma bobagem". Ele explicou que o Brasil precisa primeiro extrair o petróleo recém-encontrado. De acordo com a Petrobrás, isso só será possível a partir de 2013.
Golpismo
Em seu discurso na abertura da reunião de cúpula, Chávez afirmou que o tratamento dado pela mídia aos conflitos entre manifestantes contra e a favor de seu governo "é tal qual o golpe de 2002". Ele acusou a americana CNN e as emissoras privadas venezuelanas de apoiar a tentativa de retirá-lo da presidência de seu país e propôs aos demais chefes de estado ibero-americanos uma discussão sobre o papel dos meios de comunicação.
O venezuelano classificou de "fascistas" os empresários que, na véspera, haviam aprovado um documento alertando para o aumento da insegurança jurídica e institucional na região e suas conseqüências danosas aos investimentos. Preocupa os empresários a disposição de Chávez de modificar o conceito de propriedade, na reforma constitucional que deverá ir a referendo público em dezembro.
Propôs, ainda, que os dois países forneçam petróleo à Argentina em troca de tratores e vacas prenhes. Em seu longo discurso, mencionou cinco vezes a nova condição do Brasil e chamou Lula de "magnata petroleiro". Disse também que agora o Brasil poderia ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Lula não pôde responder a Chávez em público, pois a série de discursos foi interrompida para não atrasar a programação, que incluiu pose para uma foto oficial, o plantio de árvores nativas chilenas e almoço. À tarde, os debates foram fechados à imprensa.
Proposta rechaçada
A proposta de vender petróleo abaixo do preço de mercado, porém, foi rechaçada pelo assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. "A empresa (Petrobras) tem de ter sua autonomia de operação", disse. "Essa questão não está em discussão". Sobre a criação da Petroamazônia, ele comentou que o petróleo recém-descoberto no Brasil não está na Amazônia. Há discussões para se formar a "Petrosur" mas, segundo Garcia, não se trata de unificar as petrolíferas da região.
As receitas com a exportação de petróleo têm sido o principal instrumento de Hugo Chávez para expandir sua influência sobre os países da América do Sul. As novas reservas brasileiras, em teoria, dão ao Brasil um novo peso na disputa pela liderança regional.
Marco Aurélio Garcia, porém, não quis confirmar essa tese. Ele contou que conversou privadamente com Chávez, e este lhe disse que a descoberta de mais petróleo no Brasil é ótima notícia, pois ajuda a fortalecer a América do Sul. Na avaliação do assessor de Lula, as repetidas menções do venezuelano ao "petróleo de Lula" não foram fruto de ciúmes. "Que ponta de inveja a Venezuela pode ter, sendo a maior potência petrolífera da região?" questionou.
Longe de estar irritado, Chávez fez brincadeiras, segundo relatou Garcia. Disse a Lula que começará a produzir biocombustíveis, já que o Brasil está produzindo tanto petróleo. Também teria se oferecido para propor o ingresso do País na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), na reunião que se realiza semana que vem.
O ingresso na Opep, disse Garcia, é "uma bobagem". Ele explicou que o Brasil precisa primeiro extrair o petróleo recém-encontrado. De acordo com a Petrobrás, isso só será possível a partir de 2013.
Golpismo
Em seu discurso na abertura da reunião de cúpula, Chávez afirmou que o tratamento dado pela mídia aos conflitos entre manifestantes contra e a favor de seu governo "é tal qual o golpe de 2002". Ele acusou a americana CNN e as emissoras privadas venezuelanas de apoiar a tentativa de retirá-lo da presidência de seu país e propôs aos demais chefes de estado ibero-americanos uma discussão sobre o papel dos meios de comunicação.
O venezuelano classificou de "fascistas" os empresários que, na véspera, haviam aprovado um documento alertando para o aumento da insegurança jurídica e institucional na região e suas conseqüências danosas aos investimentos. Preocupa os empresários a disposição de Chávez de modificar o conceito de propriedade, na reforma constitucional que deverá ir a referendo público em dezembro.
Fonte:
Estadão
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/199140/visualizar/
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