Combates na Somália deixam pelo menos 50 mortos
A capital não tem tido paz desde dezembro, quando forças especiais dos Estados Unidos e tropas da Etiópia expulsaram do poder o grupo Conselho das Cortes Islâmicas. Apenas este ano, milhares de somalis foram mortos em combates entre tropas etíopes e insurgentes islâmicos que recorreram a uma guerrilha do estilo iraquiana depois que foram expulsos da capital. Mais de 100 mil moradores já abandonaram a cidade.
O porta-voz da presidência, Hussein Mohamed Mohamud, disse que os insurgentes serão tratados sem piedade. "O objetivo deles é apresentar a luta como uma guerra entre etíopes e somalis. Longe disto", afirmou. "A luta é entre tropas do governo e seus amigos etíopes e, por outro lado, os que odeiam a paz. Quem ferir tropas etíopes ou somalis será tratado como traidor", adiantou.
Os recentes combates tiveram início na tarde de ontem quando tropas etíopes tentaram resgatar o corpo de um de seus soldados que havia sido morto numa escaramuça com insurgentes no sul da cidade. Mas centenas de manifestantes - a maioria mulheres e crianças - gritando slogans contra a Etiópia arrastaram o corpo pelas ruas da cidade. Tropas etíopes baseadas no sul da cidade fizeram então disparos de artilharia contra a parte norte, atingindo o mercado.
Médicos em hospitais informaram que mais de 100 civis foram tratados com ferimentos de disparos desde ontem. A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras disse que a violência é tamanha em Mogadiscio que civis eventualmente feridos pelos combates têm sangrado até a morte por ser impossível levá-los a hospitais.
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