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Nacional
Sexta - 17 de Maio de 2013 às 09:52
Por: Jéssica Balbino

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Valente tem 1 ano e quatro meses e está disponível para adoção (Foto: Jéssica Balbino/ G1)Valente tem 1 ano e quatro meses e está disponível para adoção (Foto: Jéssica Balbino/ G1)



Um cão vira-lata procura uma família que possa adotá-lo. Quem vê a foto acima pode pensar que se trata de mais um caso comum de um cão abandonado pelas ruas de Poços de Caldas (MG), mas é só descobrir o nome dele para se ter uma dica de tudo o que ele passou. "Valente", de pouco mais de um ano de idade, sobreviveu depois de ser golpeado na cabeça e enterrado vivo no bairro Jardim Itamaraty 3.

“Ele lutou para sobreviver”, diz Maria Luísa Untura Carneiro Santiago, presidente do ‘Movimento das Patinhas’, grupo de proteção aos animais de Poços de Caldas, que ajudou a resgatar o animal no mês de janeiro. O cão foi encontrado depois de uma denúncia de vizinhos dizendo que ele havia sido maltratado e enterrado ainda com vida por agressores não identificados.

"Eu fiquei mais de três horas procurando por ele depois que uma moradora do condomínio em que eu fui para buscar uma cachorra me contou a história. Quando eu o encontrei, ele já estava fora do buraco, ninguém sabe quem o enterrou e desenterrou depois e quanto tempo ele ficou la, mas acredito que foi no mesmo dia. Pensei que ele estava morto, mas quando ele me olhou, não aguentei. Pensei: vou levá-lo comigo, nem que seja preciso sacrificá-lo depois, mas não posso deixar o cachorro aqui, para morrer desse jeito. Me comovi e chorei muito. Então resolvi buscar ajuda, mas tive medo de deixar ele sozinho e deixei um enteado e um sobrinho tomando conta, até buscar a veterinária e conseguir levá-lo para atendimento”, conta Maria Luiza.

Quando foi encontrado, segundo a veterinária Sheila Patresi, que também acompanhou o resgate de Valente, ele tinha a pata dianteira esquerda fraturada, um corte na cabeça de cerca de 28 centímetros feito por objeto cortante, uma perfuração na coxa direita que já havia provocado uma ferida, bernes no saco escrotal, além de cupins por todo o corpo. Ele também estava bastante sujo por ter sido enterrado vivo. Por tudo isso, o animal recebeu o nome de Valente.

"O amor foi essencial na recuperação dele, pois ele estava com medo de humanos. Eu me comovi muito a partir do momento em que o vi. Ele estava agressivo devido a ter sofrido na mão de alguns que judiaram demais dele", disse a veterinária.

De lá, Valente foi levado para uma clínica veterinária, onde passou por cirurgias e em seguida foi levado para o hotel, onde concluiu a recuperação. Ainda segundo a veterinária, ele passou por cirurgia reconstrutiva e reparativa das lesões, assim como todo o suporte medicamentoso e nutricional para recuperação.

“Ele está bem melhor, é um cachorro muito brincalhão. É a minha paixão. Eu fico muito comovida por ver como ele lutou para não morrer. Ele quis sobreviver, porque enfrentar o que ele enfrentou e ainda ser este cão divertido é um exemplo”, brincou Maria Luísa.

Valente machucado quando foi encontrado: no detalhe, perfuração provocada na cabeça. (Foto: Arquivo Pessoal)Valente machucado quando foi encontrado: no detalhe, ferimento na cabeça. (Foto: Sheila Patresi)

Depois de quatro meses de tratamento, o vira-lata de pouco mais de um ano está em um hotel próprio para cães, mas ainda carrega algumas sequelas das agressões e dos maus-tratos que viveu enquanto estava na rua.

“Ele ainda tem medo de pessoas estranhas, mas depois que se enturma é super dócil", comenta Maria Luiza.

Caso de polícia
Após o resgate do cão, a presidente do movimento de proteção aos animais procurou a Polícia Militar e registrou uma ocorrência por maus-tratos. O procedimento é padrão no movimento em que ela é presidente e o caso foi encaminhado à investigação. “Não sabemos quem fez isso. Os vizinhos relatam que foi dentro do próprio condomínio, mas não temos como afirmar nada. O caso foi repassado à polícia, como fazemos sempre que encontramos animais em situações como as do Valente”.

Procurada, a Polícia Civil não forneceu detalhes sobre o caso, apenas disse que segue com as investigações, já que outros casos de maus-tratos também foram registrados naquela região. Os moradores do condomínio evitam falar abertamente sobre o assunto





Fonte: Do G1

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