A jovem de 24 anos, moradora de Guarujá, no litoral de São Paulo, que estava há cerca de um ano com um cisto no ovário, já recebeu alta e se recupera em casa da cirurgia para a retirada da anomalia, que aconteceu na segunda-feira (13). Durante a operação, os médicos descobriram e retiraram um outro cisto, menor. O caso só começou a avançar quando foi publicado em uma rede social e várias pessoas se propuseram a ajudá-la. Por conta da doença, a barriga da paciente cresceu tanto que ela era constantemente confundida com uma mulher grávida.
Gislaine Barbosa da Silva teve alta do Hospital Santo Amaro na quarta-feira (15) à tarde e, agora, descansa em casa, no bairro Santa Cruz dos Navegantes. Ela mostra, orgulhosa, o resultado da operação. "Olha a diferença. É um alívio. Depois da cirurgia, quando passou o efeito da anestesia geral, a primeira coisa que fiz foi colocar a mão na barriga. Foi uma grande alegria. Mas eu tive muita dor também. Passei a segunda-feira toda deitada, só fui levantar no dia seguinte, ao meio-dia, para tomar banho. Agora já melhorou, estou tomando só dipirona para a dor. Também não posso fazer força por conta dos 14 pontos que levei", relata.
A balconista diz que ficou surpresa quando os médicos contaram que descobriram um segundo cisto. "Quando eu acordei, eles me disseram que acharam um outro cisto, menor, no ovário direito. Eles aproveitaram e tiraram também. O ovário esquerdo precisou ser retirado, junto com o cisto gigante. O direito foi preservado", explica.
Os cistos extraídos vão passar por autópsia para que se determine se eram malignos ou benignos. Gislaine ainda vai enfrentar uma série de exames nos próximos dias. "No dia 25 de maio eu retiro os pontos, depois devo ir a um ginecologista para ver como ficou tudo por dentro. Também vou passar por perícia médica, já que estou afastada do trabalho pelo INSS", diz.
Depois de todo o sofrimento que passou, a jovem conta que só quer voltar a ter uma vida normal, mas com muito mais cuidados. "Não tenho nem palavras para descrever a minha felicidade. Quero me recuperar logo, voltar a trabalhar, sair com a minha filha, vestir as minhas roupas, andar de bicicleta, sem ninguém ficar me olhando com preconceito, achando que estou grávida. Nem estava mais com vontade de sair de casa, por vergonha, era horrível. Agora sou uma outra pessoa. Eu achava que nunca ia acontecer nada comigo, agora vou me cuidar o máximo que puder. O médico falou que em muitas mulheres o cisto volta, então tenho que ficar de olho. Saúde não é brincadeira", conclui.
O caso
Gislaine Barbosa da Silva, de 24 anos, estava há cerca de um ano com um cisto no ovário esquerdo e não conseguia atendimento satisfatório na rede pública de saúde para solucionar o problema. A paciente alega que foi tratada com descaso por vários médicos que a atenderam durante esse tempo.
A jovem tem uma filha de dois anos. Ela conta que passou a desconfiar que havia algum problema em fevereiro de 2012, quando notou que a barriga começou a crescer, e não parou mais. Além das dores físicas, principalmente no abdômen e nas pernas, Gislaine também sofria com as brincadeiras e o fato de sempre a confundirem com uma mulher grávida.
Ela só fez a primeira consulta em novembro de 2012. Em seguida, passou por vários médicos, em Guarujá e em Santos, que a trataram com desdém, sem conseguir resolver seu problema. A situação só começou a melhorar quando sua prima, a auxiliar administrativa Flávia Cesar Amaral, postou uma foto dela em uma rede social na internet, na página "Viver em Santos", juntamente com um texto explicativo. Várias pessoas se dispuseram a ajudar, inclusive médicos, até que conseguiu marcar a cirurgia para a retirada do cisto.
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