Venda de genérico aumenta 41%
Os meses de julho, agosto e setembro foram os melhores da história dos medicamentos genéricos no País: em relação ao mesmo período do ano passado, as vendas aumentaram 41%, somando um total de US$ 401 milhões. Do começo do ano até setembro, o setor movimentou US$ 1 bilhão, mais do que o total acumulado em 2006. Como comparação, foi o dobro do que cresceu o conjunto da indústria farmacêutica no Brasil no mesmo período.
Com a liberação ontem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) da produção de anticoncepcionais genéricos (leia box ao lado), que podem abranger a fabricação de outros remédios, inclusive hormônios como os indicados para reposição, a expectativa é que o ano que vem repita o bom desempenho.
Os motivos dos resultados, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró-Genéricos), entidade que representa o setor, devem-se a uma combinação de fatores.
O primeiro deles é o vencimento de patentes entre o fim do ano passado e o início deste ano, principalmente de alguns remédios para doenças cardíacas, um dos setores com maior número de unidades vendidas da indústria.
Outro é a entrada de várias empresas na produção dos mesmos genéricos - hoje, por exemplo, para um medicamento de referência, há genéricos de várias marcas, que competem entre si. Além disso, as campanhas feitas pela própria indústria têm aumentado a aceitação dos consumidores, mais acostumados aos genéricos, recebidos com desconfiança quando foram lançados, em 1999.
CLASSES C E D
"Há também o crescimento da economia. Com mais dinheiro, as pessoas têm maior poder de compra. As classes C e D, que estavam totalmente fora desse mercado, agora estão começando a entrar também", afirma Odnir Finotti, diretor-executivo da Pró-Genéricos. "No começo dos genéricos, a classe média era a grande consumidora. Agora estamos ganhando outras faixas. Enfim, com mais recursos disponíveis, o mercado cresce."
Pela regulamentação da Anvisa, os medicamentos genéricos têm de ser lançados no mercado com preço 35% abaixo do produto de referência. Atualmente, em média, eles são 42% mais baratos. A própria entrada de um maior número de laboratórios fez com que os preços caíssem. O segmento responde hoje por 16% do mercado de remédios do País - há dois anos, correspondia a 11%.
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