Apenas 26,1% das rodovias do país tem condição de tráfego, mostra pes

BRASÍLIA - A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgou hoje que 73,9% da malha rodoviária do país (87,59 mil quilômetros) apresentam problemas. O presidente da entidade, Clésio Andrade, aproveitou para denunciar a má qualidade do óleo diesel produzido no Brasil, que segundo ele tem uma concentração de enxofre 200 vezes acima da permitida na União Européia.

Além de sofrer com as péssimas condições das estradas, o brasileiro também aguenta as consequências da má qualidade do óleo diesel, que aumenta custos e reduz a durabilidade dos motores, disse Andrade.

Enquanto na UE, o limite de teor do enxofre no diesel é de 10 a 50 partes por milhão, no Brasil chega a 2 mil partes por milhão no produto destinado ao uso no interior. O diesel metropolitano tem limite de 500 partes por milhão, informa a CNT.

Ele destaca que o maior consumo de diesel é pelo transporte de carga pesada (caminhões) e lembra que o enxofre causa danos ambientais irreparáveis, como chuva ácida, e problemas respiratórios nos humanos.

A pesquisa Rodoviária 2007 feita pela CNT fez uma avaliação das rodovias federais, estaduais e municipais por 40 dias, concluindo que apenas 26,1% apresentaram condições de bom tráfego. O restante mostrou algum tipo de deficiência, como buracos, falta de acostamento e de sinalização. Esse último ítem registrou melhoras em relação à pesquisa de 2006.

Segundo Andrade, para melhorar as rodovias do país seriam necessários investimentos da ordem de R$ 23,4 bilhões. O orçamento do setor de transporte rodoviário em 2007 era de R$ 7,95 bilhões, dos quais de janeiro a setembro, o valor empenhado estava em R$ 4,7 bilhões. E o montante efetivamente pago no ano foi de R$ 1,36 bilhão.

O levantamento também mostrou que as melhores estradas estão no interior paulista (a maior parte privatizada), enquanto as piores estão na Bahia, Goiás e Maranhão.