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Nacional
Terça - 06 de Novembro de 2007 às 23:48

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Bombeiros encontraram nesta terça-feira (6) uma das peças mais importantes do Learjet que caiu no domingo em São Paulo matando oito pessoas: a cauda da aeronave. Nela, há dispositivos eletrônicos que guardam informações sobre o desempenho dos motores. Eles podem ajudar a Aeronáutica a descobrir as causas do acidente.

Peritos informaram que as peças não foram danificadas com o impacto da batida – o avião caiu sobre duas casas na Zona Norte. Outra pista são as manetes encontradas nos destroços. A da direita estava para trás e só a da esquerda para frente.

“A manete da esquerda estar para frente é normal porque o piloto precisa de potência do motor e a maneira de obter essa potência é empurrar as duas manetes para frente. A da direita recuada levanta a suspeita de que um problema qualquer poderia ter acontecido com o motor direito, fazendo com o que o piloto recuasse essa manete no sentido de desligar o motor”, explicou um especialista em segurança de vôo.

Segundo ele, uma falha do motor direito poderia ter feito o avião tomar rumo errado na decolagem. “Como a fonte propulsora está do lado esquerdo, ela vai fazer o avião guinar para o lado direito se o piloto nao reagir prontamente. Guinando para direita e perdendo velocidade, esse avião tende a sair da reta de decolagem, perder velocidade e cair com nariz para o chão, concentrando todos os destroços numa pequena área”.

No Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes, a hipótese de falha em um dos motores também foi levantada. E a manete poderia indicar isso.

Depoimentos

O inquérito está no 13º DP (Casa Verde). Esta terça-feira (6) foi mais um dia de depoimentos. Entre eles, o da menina Laís Gonçalves, de 11 anos, uma das sobreviventes da tragédia. Vizinhos da Rua Bernardino de Sena, onde o jato caiu, e testemunhas também depuseram.

“Uma testemunha nos disse que teria visto a gasolina saindo da asa do avião. Então, nós precisamos confirmar se isso procede ou não procede. Outros, disseram que o Learjet era como se fosse a esquadrilha da fumaça”, contou a delegada Elizabeth Sato.

Entre os documentos da aeronave com a polícia, está o último certificado de revisão. Ele mostra que o jatinho foi inspecionado em uma oficina de Uberlândia (MG) entre 15 e 24 de outubro deste ano. As vistorias foram a anual de manutenção e a de quatrocentas horas dos motores. O avião estaria em boas condições para voar.

A informação foi confirmada pelo diretor-comercial da Reali Táxi Aéreo, empresa que arrendou em fevereiro o jatinho. Ricardo Gobbetti disse que o piloto do Learjet não fez o treinamento em simulador de vôo nos Estados Unidos (o Brasil não teria o equipamento), mas assegurou que ele era “muito experiente”.




Fonte: G1

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