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Nacional
Terça - 06 de Novembro de 2007 às 21:36

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Mesmo que a BRA não volte a operar no mercado brasileiro, o número de novas aeronaves que as aéreas TAM e Gol devem disponibilizar para vôos domésticos até o final do ano irá compensar a falta dos vôos operados pela empresa, segundo o consultor André Castellini, da Bain & Company.

A empresa, que passa por problemas financeiros, solicitou nesta terça-feira (6) à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a suspensão temporária de todos os seus vôos domésticos e internacionais a partir desta quarta-feira (7) e enviou o aviso prévio de 30 dias a todos os seus 1.100 funcionários, que serão demitidos.

Segundo o especialista, mesmo com a perda dos 1.228 lugares atualmente ofertados pela BRA, a criação de assentos no segundo semestre deste ano será positiva em 1.882 unidades. Isso porque, embora a Varig também vá eliminar 102 lugares, TAM e Gol vão criar 3.212 assentos em novas aeronaves até o fim do ano.

Mais fraca

Segundo ele, a representatividade da BRA no mercado brasileiro era relativamente pequena. "O aproveitamento do conjunto das companhias aéreas estava em 70%. O da BRA representava 3%. Não é significativo para o mercado", diz o especialista.

Entretanto, ele diz que haverá problemas temporários: "Não quer dizer que os passageiros que têm a passagem da BRA comprada não vão ter transtornos. Mas para o mercado não vai fazer muita falta."

Efeitos da crise

Ainda de acordo com Castellini, as dificuldades financeiras da BRA refletem os problemas na infra-estrutura que prejudicam o setor aéreo brasileiro. "O caso da BRA mostra o quanto está difícil o mercado. Se até as empresas mais fortes como a TAM e a Gol estão perdendo dinheiro, os players mais fracos e menos eficientes são os primeiro a sair", diz.

Segundo ele, as companhias aéreas só conseguem vender passagens a preços muito baixos e insuficientes para cobrir os custos, o que prejudica o caixa das empresas.

Além do cenário competitivo, a empresa sofreu os efeitos da crise aérea, que teve impacto mais forte nos vôos ligados a lazer e turismo, especialidade da BRA. "Com a situação do setor aéreo, as pessoas começaram a pensar duas vezes antes de viajar. Quem precisa viajar a negócios tem menos opção, mas o lazer sofre mais".

Futuro da BRA

Na avaliação de Castellini, ainda é cedo para dar como certa a saída da BRA do mercado. "É um ativo que pode ter compradores. Por mais que o mercado esteja em uma situação difícil, provavelmente existem investidores que acreditam e queiram investir no segmento de vôos populares", diz.





Fonte: G1

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