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Economia
Terça - 06 de Novembro de 2007 às 21:05

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RIO - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, criticou os incentivos dados por governos estaduais para o consumo de gás natural veicular (GNV). Segundo ele, não faz sentido promover o uso de um recurso natural escasso no país, que atualmente importa 50% de todo gás natural consumido. Tolmasquim chamou de populismo energético este tipo de incentivo.

De acordo com dados apresentados pelo executivo, o consumo de gás natural no Brasil cresceu, em média, 14% ao ano desde 2001 e a expectativa é de um avanço ainda maior, de 17%, este ano. Apesar de a importação representar atualmente 50% do gás natural consumido no país, a expectativa da EPE é de que essa dependência caia para 25% em 2030, com o insumo passando dos atuais 9% de participação na matriz energética, para 15%.

Para Tolmasquim, o mais razoável seria a aposta no consumo do álcool, em vez do incentivo do GNV. O país produz etanol, que é 100% natural, e exporta o produto inclusive. Não é muito lógico dar isenção de IPVA para carros com GNV, afirmou Tolmasquim, ao participar da 2ª Conferência Nacional de Política Externa e Política Internacional, no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro.

Na semana passada, no auge da crise que levou a Petrobras a reduzir o fornecimento de gás natural para distribuidoras do Rio e de São paulo, o secretário de Desenvolvimento do Rio, Julio Bueno, lembrou que a prerrogativa constitucional para distribuição do insumo é dos estados e disse que no Rio de Janeiro, em caso de escassez do produto, a preferência seria para os consumidores de GNV, em detrimento das termelétricas.

Hoje, apesar de ter criticado os incentivos ao consumo de GNV, Tolmasquim fez questão de frisar que os consumidores que apostaram nas políticas estaduais e optaram por veículos a gás devem ser respeitados. A gente tem que tentar, de qualquer forma, atender o pessoal que fez a mudança para o GNV. Porque eles seguiram, de uma forma ou de outra, uma política, não importa de que governador. Vai ter que se fazer um esforço para atender esse mercado. Mas isso não quer dizer que o incentivo ao combustível seja a alternativa mais racional para o país.




Fonte: Valor Online

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