Prejuízos com arroz transgênico chegam a US$ 1,28 bi
Pouco mais de um ano depois de anunciada a mistura de arroz convencional com uma variedade transgênica da Bayer nos Estados Unidos, o Greenpeace divulgou hoje um relatório com uma projeção dos prejuízos financeiros resultantes desse caso.
De acordo com o documento, os prejuízos da contaminação variam entre US$ 741,22 milhões e US$ 1,28 bilhão, segundo estudo do economista Neal Blue, da Neal Blue Consulting, contratado para fazer o estudo.
Segundo o levantamento, apenas com as exportações diretas os Estados Unidos perderam US$ 254 milhões, com a rejeição dos países importadores, que fecharam parcialmente seus mercados, exigindo testes e certificações. "A rejeição no caso do arroz é muito maior do que na soja porque esse é um produto consumido diretamente pelas pessoas", afirma Gabriela Vuolo, coordenadora da Campanha de Engenharia Genética do Greenpeace Brasil.
Estima-se que aproximadamente 63% de todas as exportações de arroz dos Estados Unidos foram atingidas. Originada apenas em campos experimentais, a contaminação causada pela Bayer alcançou agricultores, traders, processadores, esmagadores e varejistas. Segundo o Greenpeace, a contaminação foi confirmada em pelo menos 30 países que compraram o produto dos Estados Unidos.
Já as perdas provocadas pela queda nos preços do cereal foram de US$ 168 milhões. "A lição que fica para nós é que devemos ter todo o cuidado possível, mesmo em campos experimentais, já que o consumo de arroz no Brasil é um dos mais elevados do mundo", afirma Gabriela.
Em agosto de 2006, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou que os estoques norte-americanos de arroz estavam contaminados com uma variedade transgênica de arroz (Liberty Link LL601) da Bayer. Na época, ficou constado que a contaminação foi proveniente de campos experimentais, que a empresa havia encerrado em 2001.
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