20 pessoas são presas acusadas de sonegar R$ 1 bilhão
Os valores foram apurados durante a Operação Kaspar II, realizada nesta terça-feira (6). Durante a operação, a Polícia Federal cumpriu 20 de 21 mandados de prisão e deteve uma pessoa em flagrante.
Seis presos são doleiros e três são funcionários de bancos estrangeiros, dos quais, um europeu. Um deles era gerente de um banco suíço que estava no Brasil visitando clientes.
Na operação a PF apreendeu R$ 6 milhões e cerca de US$ 600 mil a US$ 700 mil em dinheiro vivo. Também bloqueou contas que continham saldo de R$ 2 milhões.
A assessoria de imprensa da União de Bancos Suíços (UBS) confirmou que um funcionário da instituição foi preso em São Paulo. Segundo a PF, o esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas é organizado por instituições financeiras suíças.
A assessoria de imprensa do UBS informou que o funcionário integra os quadros do banco na Suíça. Por enquanto, o banco não se manifestou sobre a operação, informando apenas já estar em contato com autoridades brasileiras.
Sediado em Zurique e na Basiléia, a instituição opera em mais de 50 países e possui mais de 80 mil empregados.
Kaspar II
Pela manhã, policiais chegaram à sede da Superintendência da PF no bairro da Lapa, Zona Oeste de São Paulo, com grandes volumes de cédulas de R$ 50, embalados em sacos de lixo transparentes. Foram apreendidos mais de R$ 800 mil.
Duzentos e oitenta policiais cumpriram mandados de prisão e apreenderam documentos de empresas em São Paulo, Bahia e Amazonas.
Também chegaram à sede da PF pelo menos dois presos, bem vestidos, constrangidos, com as mãos sobre os rostos. Outros carros, supostamente com suspeitos, entraram diretamente pela garagem desde a madrugada desta terça-feira.
Investigações da PF apontaram a existência de suposto esquema em que bancos abriam no exterior contas numeradas e codificadas para as quais clientes brasileiros enviavam dinheiro utilizando-se da intermediação de doleiros, na chamada modalidade dólar-cabo.
De acordo com a polícia, as contas numeradas dificultam a identificação de seus titulares pelas autoridades brasileiras. Alguns investigados usavam doleiros para o pagamento de fornecedores no exterior, em muitos casos, em razão do subfaturamento de importações.
Os suspeitos responderão por crimes de gestão fraudulenta, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, formação de quadrilha e funcionamento de instituição financeira sem autorização do Banco Central. As penas máximas somadas atingem 40 anos de prisão, segundo informa a PF.
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