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Economia
Terça - 06 de Novembro de 2007 às 14:10
Por: Márcia Bizotto

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A equipe, composta por nove técnicos e veterinários, deve visitar fazendas, abatedouros e centros de certificação brasileiros, e inspecionar toda a cadeia produtiva da carne, "do pasto que o gado come ao produto final que embarca para a Europa", explicou à BBC Brasil Otávio Briones, responsável por Agricultura na Missão do Brasil para a UE.

Em março, os especialistas da FVO detectaram deficiências em alguns procedimentos desse sistema, exigindo que fossem corrigidas até o fim deste ano, sob pena de a Comissão Européia, o braço Executivo da UE, tomar medidas restritivas à venda da carne brasileira.

Desde então, o produto vem sendo alvo de uma forte campanha movida por deputados e associações de produtores de gado europeus - principalmente britânicos e irlandeses -, que pedem o embargo total das importações até que o Brasil siga o padrão imposto por Bruxelas.

Exigências

Os técnicos verificarão se o governo implementou melhorias em seis pontos: sistema de rastreamento do gado, controle do trânsito de animais, vacinação, certificação, legislação sobre focos e controle da febre aftosa, e diagnóstico de doenças.

O governo brasileiro garante que quatro exigências foram cumpridas: o país tem um novo certificado para a carne exportada para a UE, eletrônico e impresso em papel da Casa da Moeda para evitar falsificações; aprovou uma nova legislação sobre focos e controle da febre aftosa; dispõe de um sistema capaz de diagnosticar a doença em até uma semana; e melhorou o controle do trânsito de animais.

O item mais complicado diz respeito ao sistema de rastreamento, que assegura que a carne enviada à Europa é proveniente de gado criado em zonas livres de febre aftosa e não em áreas 'banidas' (Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná).

Bruxelas quer que o rastreamento alcance 40 milhões de cabeças de gado, mas até meados de outubro apenas 10 milhões eram submetidas ao controle. Entretanto, o ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, diz confiar que isso não será um problema.

"O sistema já abrange atualmente uma quantidade de gado superior à necessária para atender às importações européias por muito tempo", defende.

Stephanes também admite que a implementação de testes para verificar possíveis deficiências na vacinação do gado - outra exigência de Bruxelas - só poderá ser concluída em dezembro, "já que é preciso que o gado esteja vacinado e a data da vacinação é novembro".

Decisão científica

Ainda assim, o Ministério da Agricultura e a Missão do Brasil para a UE acham que o parecer da FVO será favorável.

"O Brasil segue todos os mais altos padrões fitossanitários internacionais. A União Européia tem alguns requisitos exclusivos, que exigem uma adaptação por parte do Brasil. Nós, como fornecedores, vamos atender a todas as exigências. Mas é uma questão de tempo para que nosso sistema seja adaptado", assegura a embaixadora brasileira para a UE, Maria Celina de Azevedo.

O comissário europeu de Saúde, Markus Kyprianou, também se diz confiante no desempenho brasileiro e ressalta que, caso persistam as deficiências, Bruxelas não optará necessariamente por um embargo.

"Há uma série de medidas que poderão ser tomadas. A decisão será de acordo com o nível das deficiências que possam ser apontadas. Mas, seja qual for o resultado dessa missão, qualquer decisão será tomada com base científica, não comercial", afirmou.

O Brasil é o maior exportador de carne para a UE: responde por 66% de toda a carne importada pelo bloco, um negócio que movimentou um total de US$ 1,5 bilhão em 2006 e representou 38,5% de toda a carne exportada pelo Brasil.





Fonte: BBC Brasil

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