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Saúde
Segunda - 05 de Novembro de 2007 às 10:14

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Do total de pessoas que consome produtos light, 75% preferem o pão que promete calorias a menos. Por isso, o Inmetro testou oito marcas pães de seis fabricantes.

Foram analisadas duas amostras de cada marca. Todas as marcas foram reprovadas por não apresentarem os requisitos para serem consideradas light e de baixa caloria e porque não apresentavam todas as informações exigidas no rótulos ou porque exibiam textos que não são permitidos nas embalagens.

De acordo com a nutricionista Malu Bastos, "light é quando você tem uma redução parcial de algum nutriente - seja ele carboidrato, açúcares, colesterol, sódio, gordura. Isso é um produto light, quando a gente tem redução de até 25% desses nutrientes. Diet é quando você tem a redução quase que total desse nutriente."

As marcas testadas foram as seguintes: Multi grãos, da Breads; Flocos de aveia, Carrefour; 7 grãos, da Firenze; Integral, da Naturalle; Pão de forma, da Plus Vita; Grãos e proteína de soja, da Pullman; Centeio, da Seven Boys; Forma Light, da Wickbold.

No primeiro teste dos pães, o Inmetro, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), analisou os rótulos.

As embalagens devem apresentar o nome do produto, o valor nutricional do alimento, a lista de ingredientes, a quantidade, a origem, o lote e o prazo de validade. Todas as marcas foram reprovadas no teste do rótulo ou porque não apresentavam todas as informações exigidas ou porque exibiam textos que não são permitidos nas embalagens.

"No ensaio de rotulagem faltam as tabelas comparativas entre o produto normal e o produto light, há indução enganosa do consumidor à idéia de que os produtos por si só podem ser benéficos à saúde, o produto vende saúde, o que não é comprovado cientificamente", diz Marcos Borges, engenheiro de análises do Inmetro.

Para saber se o pão é ou não light, o Inmetro fez o segundo teste: os técnicos queriam ver se o que está escrito no rótulo confere com o que tem na fatia de pão. Eles analisaram as quantidades de proteína, carboidrato, gorduras totais, gorduras saturadas, gorduras trans e fibras. Calcularam também o nível de calorias do pão.

O laboratório do Inmetro virou uma cozinha científica: pão moído até virar pó, forno, balanças. Os resultados dos testes apontaram que em sete das oito amostras analisadas, a quantidade de gordura encontrada pelo Inmetro é maior que a anunciada na embalagem. Numa delas, a Naturalle, os técnicos constataram também uma quantidade maior de caloria do que a escrita no rótulo.

Foram reprovados no teste da informação nutricional o Multi Grãos, da Breads; o Flocos de Aveia, do Carrefour; o 7 grãos, da Firenze; o Integral, da Naturalle; o Pão de forma, da Plus Vita; o com grãos e proteína de soja, da Pullman, e o de forma, da Wickbold.

O último teste foi para conferir se o produto pode ser realmente considerado light e de baixa caloria. Os pães, segundo o Inmetro, devem apresentar, em relação ao produto normal, uma quantidade inferior de calorias e uma redução mínima de 25% no valor energético. Os pães também não podem ter mais do que 40 calorias para cada cem gramas. Todas as marcas foram reprovadas.

No resultado geral, nenhum pão que se diz light é light, segundo o Inmetro. Todas empresas responderam ao Inmetro.

A Bread´s afirma "que vai revisar os rótulos e admite a hipótese de erro no teor de gorduras totais".

A Bimbo do Brasil, fabricante de três das oito marcas testadas, informa que não produz mais o pão com flocos de aveia do Carrefour, que vai reavaliar a composição nutricional do pão Plus Vita e que não concorda com o resultado do teste no pão com grãos e proteína de soja da Pullman.

A Seven Boys diz que vai reavaliar os rótulos, mas contesta a análise que reprovou o pão de centeio como light.

A Wickbold explica que pode não ter usado as mesmas metodologias do Inmetro na produção do pão.

A Firenze garante que vai retirar as frases irregulares do rótulo do pão 7 grãos.

E a Natuvitta, do pão integral light Naturalle, diz que está fazendo alterações no rótulo e no produto para se adaptar à legislação.

"O Inmetro e a Anvisa vão reunir os fabricantes justamente para propor medidas de adequação justamente para que o que o consumidor encontre dentro da embalagem corresponda ao que está declarado no rótulo", diz Borges.





Fonte: G1

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