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Saúde
Segunda - 05 de Novembro de 2007 às 07:15

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O Ambulatório da Obesidade, do Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade (Cermac) tem, em média, três mil pacientes em tratamento. Em funcionamento desde agosto de 2004, cerca de 70 pessoas são atendidas por dia, 350 por semana e 1.400 por mês. "Desses pacientes em tratamento, o abandono está em torno de 20%. Mais de 80% continuam o tratamento", disse o médico Marcelo Maia.

Para atendimento no ambulatório, o usuário deve passar por uma Unidade Básica de Saúde onde será avaliado por um profissional médico. Detectada a necessidade de um tratamento especializado, após a realização de exames específicos, o paciente será encaminhado para a Central Estadual de Regulação, para agendar consulta com um endocrinologista.

De acordo com Maia, o usuário que dá início ao tratamento é acompanhado por uma equipe multidisciplinar composta por endocrinologistas, nutricionistas, psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. "O objetivo é proporcionar a reeducação alimentar e mudanças de estilo de vida, medidas estas que visam proporcionar a melhoria das condições de saúde e a redução do peso corporal da pessoa obesa".

O tratamento em si é feito de forma clínica, medicamentosa e em alguns casos, cirúrgica. O médico endocrinologista explica que a base do tratamento é a reeducação alimentar, ou seja, principalmente mudanças de hábitos. Para alguns pacientes é recomendado o uso de medicamento para ajudar na questão da ansiedade e redução do apetite. "É bom ressaltar que os medicamentos são todos fornecidos pela rede de saúde, mas só são fornecidos aos pacientes em tratamento no ambulatório", destacou. "A nossa metodologia é trabalhar com a pessoa obesa de forma tranqüila e utilizarmos de todos os recursos disponíveis evitando ao máximo a cirurgia. O paciente quando bem orientado e aplicado consegue emagrecer e ter qualidade de vida".

Segundo ele, a cirurgia bariátrica só é recomendada para pacientes com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 35kg/m2, quando estiver relacionado a doenças associadas a obesidade como diabetes ou doenças cardiovasculares ou acima de 40kg/m2 sem co-morbidades.

O médico ressaltou que no início dos atendimentos realizados pelo Ambulatório existia uma fila de espera de mais de 250 pessoas para fazer a cirurgia. Naquela época, a maioria dos pacientes, cerca de 90%, chegavam com a idéia fixa para a cirurgia. Segundo o endocrinologista, hoje a maioria dos pacientes faz opção pela reeducação alimentar e mudança de hábitos.

TRATAMENTO - A Organização Mundial de Saúde não recomenda a cirurgia como forma inicial do tratamento, sendo o último recurso usado para o tratamento do paciente obeso mórbido.

Em alguns casos, mesmo após a cirurgia o paciente volta a engordar, principalmente após o segundo ano. Isso acontece porque o paciente descobre formas de burlar a dieta fazendo uso exagerado de alimentos hipercalóricos de rápida absorção (leite condensado, sorvete, bebida alcoólica, etc). “Então, não existe um tratamento definitivo para a obesidade, mudanças de hábitos são fundamentais para o sucesso de todo e qualquer tipo de tratamento", disse o médico.

Ele explica ainda que o paciente que fez a cirurgia tem que continuar com acompanhamento médico, pelo menos uma vez ao ano. "Os pacientes depois que emagrecem pensam que está tudo bem, mas caso não cuidem podem ter deficiências nutricionais como anemia, osteoporose e outras associadas a deficiências de vitaminas e minerais", destacou. "Aquele paciente que fez a cirurgia terá o acompanhamento pós cirúrgico com a equipe técnica do hospital referenciado, Hospital Universitário Júlio Muller ou Hospital Geral Universitário, conforme preconiza o Ministério da Saúde".

OBESIDADE MÓRBIDA - O Índice de Massa Corpórea é obtido, dividindo o peso pela altura ao quadrado. Índice entre 19 a 24.99 é considerado peso normal. Já entre 25 a 29.99 é considerado sobrepeso. Entre 30 e 34.99 é obesidade em grau 1, de 35 a 39.99, obesidade em grau 2. Na obesidade mórbida o índice de massa corpórea é acima de 40. Já acima de 50 é considerado superobesidade. Esse cálculo identifica pessoas com alto risco de contrair doenças relacionadas com a obesidade, como diabetes do tipo 2 e doença cardiovascular.

O Centro oferece, ainda, atendimento de especialidades de média e alta complexidade que nunca foram oferecidas no SUS em todo o país, como Terapia Sexual, Clínica da Dor (que atende a pacientes que sofrem de dor crônica), o Ambulatório do Pé Em Risco (que trata de pacientes com alterações vasculares e que tem comprometimento dos membros inferiores).





Fonte: Olhar Direto

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