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Paquistão promove onda de detenções políticas após Estado de exceção
Lahore (Paquistão), 4 nov (EFE).- Após declarar no sábado o Estado de exceção no Paquistão, o Governo do presidente paquistanês, Pervez Musharraf, iniciou hoje uma onda de detenções de dezenas de líderes políticos, ativistas e vários ex-altos funcionários oficiais.
Cerca de dez ativistas da opositora Liga Muçulmana do Paquistão foram detidos na madrugada de hoje na cidade de Multan (leste) pelas forças de segurança, entre eles o presidente interino da legenda, Javed Hashmi.
Pouco antes de sua detenção, Hashmi tinha denunciado a um grupo de jornalistas que Musharraf tinha se apoderado do Poder Judiciário "para salvar seu próprio poder ilegítimo".
A Liga Muçulmana do Paquistão é comandada do exílio pelo ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, que no sábado disse em Dubai que o Estado de exceção é "inconstitucional".
As detenções também atingiram outros partidos, entre eles a formação opositora Teehrik-e-Insaf - cujo líder, Imran Khan, foi um dos primeiros a anunciar à imprensa ontem que estava em prisão domiciliar -, e representantes judiciais, como o presidente da Associação de Magistrados do Supremo.
Na lista de detidos também está Hamid Gül, ex-chefe dos serviços secretos paquistaneses durante o primeiro Governo de Benazir Bhutto (1988-1990), e conhecido pelas polêmicas declarações extremistas e suas duras críticas à política dos Estados Unidos.
Segundo o site da emissora "Geo TV", Gül foi detido hoje durante um ato público no qual denunciou que o atual Estado não é o de exceção, como afirma o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, mas de "lei marcial".
"Um homem hipotecou o país para salvar seu mandato", criticou Gül, citado pela "Geo TV", antes de levado à força em uma viatura policial.
As detenções políticas aconteceram em várias cidades do país, entre elas Islamabad, Karachi, Peshawar, Quetta e Lahore. Nesta última, segundo a imprensa, teriam sido detidos cerca de 30 ativistas.
Além das batidas, a Polícia invadiu hoje os escritórios da rede de televisão privada "AAJ" em Islamabad para confiscar seu equipamento, disse uma fonte do canal, enquanto jornalistas da também privada "Geo TV" denunciavam o bloqueio de suas linhas telefônicas.
A transmissão dos canais privados de notícias do Paquistão está interrompida desde sábado, o que tornou os sites das emissoras e os jornais nas únicas fontes independentes de informação no país.
Apesar das medidas, as principais cidades do Paquistão apresentavam hoje um aspecto de relativa normalidade, com o comércio aberto e os transportes funcionando.
Em Islamabad, no entanto, era possível ver uma forte presença policial em vários pontos-chave da cidade, como as imediações do Parlamento e da sede do Tribunal Supremo, cujo acesso foi bloqueado na noite de sábado.
A declaração do Estado de exceção foi duramente criticada hoje pela imprensa, que a qualificou de "violenta" e de um "segundo golpe" de Musharraf - após o de 1999, que o levou ao poder -, assim como pelos diferentes partidos da oposição.
A aliança islamita de oposição Muttahida Majlis-e-Amal (MMA) definiu a ordem de Musharraf como uma "afronta à democracia", apesar de ter alertado a população para manter a calma enquanto a situação está sendo analisada.
A ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, que no sábado voltou às pressas de Dubai para Karachi após saber do Estado de exceção, também criticou a decisão de Musharraf e a considerou na prática uma "minilei marcial".
O vice-ministro da Informação paquistanês, Tariq Azeem, confirmou hoje que o calendário das eleições legislativas programadas a princípio para janeiro está em suspenso.
Musharraf declarou o Estado de exceção alegando o aumento da violência extremista e a "interferência" do Poder Judiciário na política do Governo, mas a oposição acredita que ele tenha feito para evitar um veredicto do Supremo que poderia invalidar sua recente reeleição como presidente.
Cerca de dez ativistas da opositora Liga Muçulmana do Paquistão foram detidos na madrugada de hoje na cidade de Multan (leste) pelas forças de segurança, entre eles o presidente interino da legenda, Javed Hashmi.
Pouco antes de sua detenção, Hashmi tinha denunciado a um grupo de jornalistas que Musharraf tinha se apoderado do Poder Judiciário "para salvar seu próprio poder ilegítimo".
A Liga Muçulmana do Paquistão é comandada do exílio pelo ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, que no sábado disse em Dubai que o Estado de exceção é "inconstitucional".
As detenções também atingiram outros partidos, entre eles a formação opositora Teehrik-e-Insaf - cujo líder, Imran Khan, foi um dos primeiros a anunciar à imprensa ontem que estava em prisão domiciliar -, e representantes judiciais, como o presidente da Associação de Magistrados do Supremo.
Na lista de detidos também está Hamid Gül, ex-chefe dos serviços secretos paquistaneses durante o primeiro Governo de Benazir Bhutto (1988-1990), e conhecido pelas polêmicas declarações extremistas e suas duras críticas à política dos Estados Unidos.
Segundo o site da emissora "Geo TV", Gül foi detido hoje durante um ato público no qual denunciou que o atual Estado não é o de exceção, como afirma o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, mas de "lei marcial".
"Um homem hipotecou o país para salvar seu mandato", criticou Gül, citado pela "Geo TV", antes de levado à força em uma viatura policial.
As detenções políticas aconteceram em várias cidades do país, entre elas Islamabad, Karachi, Peshawar, Quetta e Lahore. Nesta última, segundo a imprensa, teriam sido detidos cerca de 30 ativistas.
Além das batidas, a Polícia invadiu hoje os escritórios da rede de televisão privada "AAJ" em Islamabad para confiscar seu equipamento, disse uma fonte do canal, enquanto jornalistas da também privada "Geo TV" denunciavam o bloqueio de suas linhas telefônicas.
A transmissão dos canais privados de notícias do Paquistão está interrompida desde sábado, o que tornou os sites das emissoras e os jornais nas únicas fontes independentes de informação no país.
Apesar das medidas, as principais cidades do Paquistão apresentavam hoje um aspecto de relativa normalidade, com o comércio aberto e os transportes funcionando.
Em Islamabad, no entanto, era possível ver uma forte presença policial em vários pontos-chave da cidade, como as imediações do Parlamento e da sede do Tribunal Supremo, cujo acesso foi bloqueado na noite de sábado.
A declaração do Estado de exceção foi duramente criticada hoje pela imprensa, que a qualificou de "violenta" e de um "segundo golpe" de Musharraf - após o de 1999, que o levou ao poder -, assim como pelos diferentes partidos da oposição.
A aliança islamita de oposição Muttahida Majlis-e-Amal (MMA) definiu a ordem de Musharraf como uma "afronta à democracia", apesar de ter alertado a população para manter a calma enquanto a situação está sendo analisada.
A ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, que no sábado voltou às pressas de Dubai para Karachi após saber do Estado de exceção, também criticou a decisão de Musharraf e a considerou na prática uma "minilei marcial".
O vice-ministro da Informação paquistanês, Tariq Azeem, confirmou hoje que o calendário das eleições legislativas programadas a princípio para janeiro está em suspenso.
Musharraf declarou o Estado de exceção alegando o aumento da violência extremista e a "interferência" do Poder Judiciário na política do Governo, mas a oposição acredita que ele tenha feito para evitar um veredicto do Supremo que poderia invalidar sua recente reeleição como presidente.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/200072/visualizar/
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