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Internacional
Domingo - 04 de Novembro de 2007 às 10:26

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ANCARA - Na véspera da reunião entre o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente norte-americano, George W. Bush, os rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) libertaram neste domingo, 4, os oito soldados turcos que tinham capturado em 21 de outubro, informou a emissora turca NTV e a agência de notícias Firat News. Segundo o porta-voz do PKK, a libertação aconteceu sem contrapartida.

Os militares turcos foram levados para Erbil, uma das cidades mais importantes da zona curda do Iraque, e entregues às 5h (1h de Brasília) às autoridades do Curdistão iraquiano. De lá, eles foram levados para Diyarbakir, no sudeste da Turquia, informou a rede de notícias CNN-Türk.

Os soldados, que foram libertados usando seus uniformes militares, disseram que deixam seus seqüestradores "como amigos", afirmou a "Firat", com sede em Bruxelas.

A libertação ocorre na véspera da visita do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, a Washington, onde se reunirá com o presidente americano, George W. Bush.

O encontro entre Erdogan e Bush, que acontecerá em Washington, é considerado crucial para o desfecho da atual crise na área, já que a Turquia ameaça há dias realizar uma ofensiva além da fronteira para combater os rebeldes do PKK no norte do Iraque.

O influente jornal turco Milliyet informou em sua versão eletrônica que a libertação dos soldados terá um efeito positivo sobre a reunião de Erdogan e Bush, já que Ancara considera a libertação como uma prova de pressões concretas de Washington sobre os curdos no norte do Iraque.

"Paz" O PKK afirma que a libertação dos soldados é um novo passo para a solução da questão curda por meios pacíficos e através do diálogo. "Para nós é um caso humanitário, e sua libertação é uma mensagem para o mundo, não só para a Turquia, de que queremos a paz", disse o porta-voz do partido, Abderrahman al-Chaderchi, por telefone em seu esconderijo - em algum lugar das montanhas de Qandil, no nordeste do Iraque.

"Se a Turquia abandonar a opção militar, nós estamos dispostos a negociar", disse em nome de seu partido, que, embora tenha abandonado a reivindicação de independência, luta agora por direitos culturais e mais autonomia para os curdos da Turquia.

Chaderchi pediu ao governo turco que tenha um gesto no mesmo sentido e que, se não aceitar libertar o líder do PKK, Abdullah Ocalan - detido em uma prisão de segurança máxima -, melhore pelo menos suas condições e permita a visita de seus parentes, pois ele está em um delicado estado de saúde.

O porta-voz afirmou que, com a libertação dos soldados capturados em 21 de outubro, o PKK atende às demandas transmitidas não só pelo governo de Bagdá e pelo governo autônomo curdo, mas também da União Européia e dos EUA.

O responsável de Relações Exteriores do governo autônomo curdo, Salah Mustafa, disse que a libertação dos soldados "é mais um passo para acalmar a tensão e promover o diálogo entre os vizinhos".

Para Mustafa, "há esperança de uma solução diplomática", garantindo que há negociações em andamento entre Iraque, Turquia, vários países ocidentais e até a ONU para conseguir esta solução diplomática.

Ele afirmou que seu governo está "comprometido em proteger seus moradores e impedir a violência contra eles", repetindo as declarações de seu governo dos últimos dias.

Captura

Os soldados foram capturados em uma emboscada colocada em 21 de outubro em um ponto no sudeste da Turquia fronteiriço com o Iraque, no qual outros doze militares morreram e 17 ficaram feridos.

A Turquia ameaçou realizar incursões maciças no norte do Iraque para atacar as bases do PKK, operação que tanto Washington quanto Bagdá tentaram evitar, ao pedir aos curdos iraquianos que impeçam as atividades do PKK.

A Administração autônoma do Curdistão iraquiano tomou várias medidas concretas nos últimos dias contra o PKK, incluindo o fechamento de seus escritórios na região, com a esperança de evitar uma operação turca.

Durante os últimos meses, a Turquia concentrou mais de 100 mil soldados na fronteira com o Iraque.




Fonte: EFE

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