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Internacional
Sábado - 03 de Novembro de 2007 às 22:00

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- O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, explicou neste sábado em um pronunciamento sua decisão de impor estado de emergência no país, dizendo que extremistas estão à solta impunemente no Paquistão e que, se nenhuma ação firme fosse tomada, o país estaria em perigo.

Segundo Musharraf, militantes islâmicos estão agindo como se tivessem um governo próprio no país, e o governo oficial foi quase paralisado pela interferência do judiciário.

"O Paquistão atingiu um ponto perigoso, e está passando por uma crise interna", disse. "O que quer que esteja acontecendo é por causa de distúrbios internos."

"A situação está mudando muito rápido. O terrorismo e o extremismo estão no limite", afirmou, citando atentados que mataram mais de 130 pessoas no mês passado na cidade paquistanesa de Karachi.

"O sistema de governo, no meu ponto de vista, está em semiparalisia. Todos os funcionários do governo estão sendo insultados pelos tribunais, e é por isso que nós não estamos sendo capazes de tomar medidas."

"A falta de ação neste momento seria o mesmo que o Paquistão cometer suicídio. Eu não posso permitir que este país cometa suicídio", completou.

O presidente suspendeu neste sábado a Constituição e afastou o presidente da Suprema Corte, Iftikhar Chaudhry - depois de o juiz ter declarado inconstitucional o estado de emergência.

Nos últimos meses, o Paquistão, um importante aliado dos Estados Unidos na Ásia, tem sido palco de instabilidade política, com a diminuição crescente da popularidade de Musharraf - que chegou ao poder em um golpe de estado em 1999.

Buscando uma base mais forte de sustentação política, Musharraf se aproximou da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, líder do maior partido do país, que retornou no mês passado ao Paquistão após oito anos de exílio voluntário.

Bhutto criticou as decisões do presidente e disse que elas equivalem a um ato de "ditadura".

"A menos que o general Musharraf reverta seu curso, será muito difícil que ocorram eleições justas", disse ela, se referindo às eleições parlamentares, previstas para janeiro.

"Eu concordo com ele que nós enfrentamos uma crise política, mas acredito que o problema é a ditadura; eu não acredito que a solução é ditadura." "Eu pretendo me reunir com outros líderes de partidos políticos e discutir com eles uma força de ação para reverter a suspensão da constituição."




Fonte: BBC Brasil

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