Estudo sobre potencial energético do Rio Xingu é avaliado pela Aneel
Um estudo sobre as possibilidades de aproveitamento elétrico no Rio Xingu, que corta os estados do Mato Grosso e do Pará, foi entregue à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O documento, que era esperado pelo Ministério Público Federal (MPF) e por lideranças indígenas que vivem em áreas banhadas pelo rio, foi realizado pela Eletrobrás e pelas empresas Odebrecht, Camargo Corrêa e Construtora Andrade Gutierresz e entregue esta semana.
Em evento semana passada, o diretor da organização não-governamental Rivers Network na América Latina, Glenn Switkes, afirmou que o relatório apresentaria a possibilidade de construir outras quatro hidrelétricas, em Altamira, Pombal, São Félix e Montante Jarina.
"Nós conseguimos o estudo de inventário da bacia, e ele mostra que a Eletrobrás quer construir mais quatro barragens no rio", disse o ambientalista.
A possibilidade de construção das represas no Rio Xingu é apontada como uma preocupação pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). O coordenador da Coiab, Jecinaldo Sateré-Mawé, repudia a ação e afirma que, se a informação for verdadeira, os empreendimentos podem prejudicar muitas comunidades indígenas.
"A Coiab é totalmente contra a essa nova tentativa do governo, até porque nós somos contra a implantação da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará". A usina, uma das principais obras de energia previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ainda não teve a viabilidade ambiental atestada.
Durante o evento da semana passada, o procurador Felício Pontes, do MPF no Pará, disse que as informações serão investigadas: “Estamos muito preocupados com isso e vamos mandar os dados para que a Eletrobrás os confirme ou não”.
Nem a Aneel nem a Eletrobrás divulgaram o teor do estudo. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que vai examinar o relatório e só se pronunciará após a análise, até aqui sem prazo para conclusão.
A assessoria de imprensa da Eletrobrás informou que a empresa não vai se pronunciar, mas confirmou a entrega do documento.
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