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Internacional
Sábado - 03 de Novembro de 2007 às 01:44

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Uma megaoperação de resgate foi montada ontem pelo governo mexicano para socorrer cerca de 300 mil pessoas que se encontravam isoladas em suas casas por causa das fortes chuvas que há uma semana atingem o Estado de Tabasco, no sul do país. As inundações são as piores dos últimos 50 anos na região. Elas deixaram 80% de Tabasco debaixo d?água e danificaram 900 mil casas, afetando mais de 1 milhão de pessoas.

"A situação é extremamente grave. Esse é um dos piores desastres naturais da história do país", disse o presidente mexicano, Felipe Calderón, num pronunciamento feito na TV para pedir doações para as vítimas das enchentes. "Milhares de pessoas perderam suas casas e outras estão sem acesso a comida, água ou remédios." Calderón cancelou uma viagem que faria ao Panamá, Colômbia e Peru por causa das enchentes. Caminhões militares tentavam fazer água potável e alimentos enlatados chegarem às comunidades isoladas enquanto barcos e helicópteros resgatavam pessoas presas no telhado de suas casas.

De acordo com dados oficiais, 855 localidades de Tabasco foram atingidas pelas enchentes. No Estado vizinho de Chiapas as fortes chuvas também afetaram 100 mil pessoas. O governador de Tabasco, Andres Granier, fez um apelo para que qualquer pessoa que tivesse um barco ajudasse nos trabalhos de resgate.

?NEW ORLEANS?

Granier comparou a tragédia às enchentes provocadas em New Orleans, nos EUA, pela passagem do furacão Katrina em 2005. "Perdemos 100% de nossa produção agrícola e mais da metade da população do Estado (de 2,1 milhões de habitantes) está sofrendo por causa desse grave problema", disse Granier. "(O desastre em) New Orleans foi pouco se comparado a isso." O ministro do Interior, Francisco Ramírez, reconheceu que a tragédia pegou o governo mexicano de surpresa.

Autoridades locais informaram que uma pessoa morreu por causa das enchentes, mas não esclareceram em quais circunstâncias. O centro histórico de Villahermosa, a capital do Estado, teve de ser esvaziado pela primeira vez na noite de quinta-feira, depois que um dique foi rompido pelas águas do Rio Grijalva. Pelo menos três quartos da cidade de 750 mil habitantes ficaram debaixo d?água. O governo local teve de improvisar estruturas para socorrer os milhares de desabrigados. Cerca de 30 mil pessoas foram levadas para 284 abrigos.

Logo de manhã, autoridades sanitárias emitiram um alerta para o risco de uma epidemia de cólera em Tabasco. Segundo alguns técnicos, o Grijalva, um dos dois grandes rios que cortam a capital do Estado, já estava 2 metros acima de seu nível normal e continuava a encher.

As tempestades também afetaram a indústria de petróleo do México, paralisando as exportações do produto, além de um quinto da produção do país. Segundo funcionários da estatal petrolífera Pemex, uma explosão foi provocada pelo vazamento em um duto de gás, mas ninguém ficou ferido.

No sítio arqueológico de La Venta, a água cobriu esculturas construídas pelos Olmecas, uma das primeiras civilizações da América.





Fonte: Eastadão

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