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Economia
Quinta - 16 de Maio de 2013 às 13:22
Por: DENISE LUNA PEDRO SOARES

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Diante da obrigatoriedade da Petrobras de liderar os consórcios no leilão de áreas do pré-sal com participação de, no mínimo, 30%, a estatal decidiu ser seletiva na rodada de licitação da ANP de anteontem e abriu espaço a companhias estrangeiras.

A companhia concentrou suas aquisições em duas áreas (bacias da foz do Amazonas e do Espírito Santo) e, por sua fatia nos blocos, pagou R$ 538 milhões à ANP -que arrecadou, ao todo, R$ 2,8 bilhões no leilão.

O foco nessas duas bacias e a abertura para a entrada de novas empresas nas áreas fora do pré-sal foram parte da estratégia da Petrobras, segundo a Folha apurou.

Um outro ponto que pesou para a empresa limitar sua atuação no leilão foi o compromisso de investimento de US$ 236,7 bilhões até 2017.

Pela lei do pré-sal, a estatal tem de ser operadora dos blocos a serem licitados na área (o primeiro leilão está previsto para novembro) e bancar 30% do investimento.

Ao ser operadora, ela assume a responsabilidade por planejar e executar a exploração (perfuração de poços) e produção dos campos e fazer contratações de bens, serviços (plataformas e sondas, inclusive) e empregados.

Por isso, a estatal delegou a outras grandes petroleiras mundiais como BP e Total essa função em boa parte dos blocos arrematados por ela em parceria com essas e outras companhias no leilão de concessão da ANP.

ESCOLHA DOS BLOCOS

A opção por blocos na foz do Amazonas se deu diante das boas perspectivas geradas por descobertas em áreas similares da África e Guiana.

Já na bacia do Espírito Santo o objetivo da estatal foi "cercar" campos já descobertos e onde possui plataformas instaladas -o que reduz a necessidade de investimento.

A licitação de anteontem da ANP ofertou áreas de bacias maduras (muito exploradas) ou pouco conhecidas e sem tradição na exploração de petróleo, chamadas de novas fronteiras.

Segundo analistas e executivos do setor, a Petrobras adotou uma atitude de "cautela" e mostrou "pé no chão" no leilão.

A estatal assumiu ainda um papel "menos relevante", dizem, ao abrir mão da liderar os consórcios e operar blocos, apesar de ter sido a empresa que comprou (sozinha ou em parceria) mais áreas no leilão -34 ao todo.

Apenas em sete blocos a empresa fez lances sozinha. Preferiu nos outros 27 uma participação minoritária.

Na Foz do Amazonas, tida como promissora em águas profundas (especialidade da empresa), a Petrobras se limitou a 30% em consórcio com Total e BP.

Para Adriano Pires, diretor da consultoria CBIE, isso indica que a empresa está poupando esforços para o leilão do pré-sal.

"Ela foi mais comedida por causa da obrigação de ser operadora única do pré-sal."

O espaço deixado pela estatal permitiu que outras petroleiras assumissem também o "protagonismo" na exploração do país, segundo o presidente do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo), João Carlos de Lucas.

"Isso traz um novo dinamismo ao setor e uma multiplicidade de atores. Agora, o mapa do petróleo no Brasil é diferente."

  Editoria de Arte/Folhapress  
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