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Morales adverte para 'conspiração' de multinacionais na Bolívia
EL ALTO, BOLÍVIA - O presidente da Bolívia, Evo Morales, renovou na quinta-feira sua promessa de garantias para os investimentos estrangeiros, embora tenha advertido que não tolerará que as empresas petrolíferas multinacionais respaldem uma conspiração política.
Morales fez a advertência ao inaugurar em El Alto, cidade vizinha a La Paz, um gasoduto da empresa mista Transredes, controlada pelo grupo Ashmore Energy International, embora o Estado negocie a compra da maioria das ações.
"É importante ter sócios, a Bolívia precisa de investimento, não temos muito dinheiro para investir, mas não necessitamos de empresas que financiem a conspiração contra o governo e a democracia", afirmou.
Não é a primeira vez que Morales sugere um vínculo entre as petrolíferas estrangeiras e supostos complôs da oposição direitista. Mas até agora nunca havia feito tais acusações diante de empresários estrangeiros.
"Faço um pedido muito especial e público à Transredes, porque temos informação de que em vez de aplicar políticas sociais tratam é de conspirar contra a democracia, portanto contra o governo boliviano", disse Morales, para perplexidade dos executivos estrangeiros, entre eles Brent de Jong, da Ashmore.
O presidente indígena, que nacionalizou os hidrocarbonetos no ano passado, disse que a Bolívia espera das multinacionais as mesmas garantias de segurança jurídica que estas pedem para investir no país.
"Sempre nos falam de segurança jurídica, e as empresas, Estados e sócios que respeitarem as normas bolivianas sempre terão segurança jurídica, mas algumas empresas não são respeitosas com nossas normas", afirmou Morales.
"Por menores que sejamos, temos dignidade, soberania, e portanto também necessitamos e pedimos respeito", insistiu, sem entrar em detalhes sobre suas denúncias.
No mesmo ato, o ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, disse estar em trâmite uma negociação para que a Ashmore transfira o controle acionário da Transredes ao Estado, como prevê o decreto de nacionalização de maio de 2006.
"Cedo ou tarde, a partir de um acordo e da identificação dos pontos de convergência, conseguiremos a administração e o controle da Transredes e do sistema de dutos", afirmou.
Há pouco mais de um mês, o próprio Villegas havia anunciado que a Bolívia nacionalizará neste ano a Transredes e uma companhia germano-peruana de armazenamento de combustíveis.
O novo anúncio de recompra das ações da filial da Ashmore ocorreu enquanto a empresa desenvolve uma vasta expansão da rede interna de gasodutos, por mais de 200 milhões de dólares, parte de um programa de investimentos de médio prazo que supera 1 bilhão de dólares.
De Jong disse que a Ashmore está decidida a ser "sócia" da Bolívia "no marco da lei, dos decretos e dos contratos". Segundo ele, a companhia vai fazer sua parte para cumprir o prometido aumento de fornecimento do gás à Argentina a partir de 2010.
A Transredes é uma empresa resultante da privatização do petróleo, há uma década. A Ashmore a controla desde que adquiriu as ações que pertenciam à falida empresa norte-americana Enron e à anglo-holandesa Shell.
A estatal YPFB detém 34 por cento das ações, enquanto investidores particulares possuem o resto. A empresa controla também um trecho do gasoduto para o Brasil.
Morales fez a advertência ao inaugurar em El Alto, cidade vizinha a La Paz, um gasoduto da empresa mista Transredes, controlada pelo grupo Ashmore Energy International, embora o Estado negocie a compra da maioria das ações.
"É importante ter sócios, a Bolívia precisa de investimento, não temos muito dinheiro para investir, mas não necessitamos de empresas que financiem a conspiração contra o governo e a democracia", afirmou.
Não é a primeira vez que Morales sugere um vínculo entre as petrolíferas estrangeiras e supostos complôs da oposição direitista. Mas até agora nunca havia feito tais acusações diante de empresários estrangeiros.
"Faço um pedido muito especial e público à Transredes, porque temos informação de que em vez de aplicar políticas sociais tratam é de conspirar contra a democracia, portanto contra o governo boliviano", disse Morales, para perplexidade dos executivos estrangeiros, entre eles Brent de Jong, da Ashmore.
O presidente indígena, que nacionalizou os hidrocarbonetos no ano passado, disse que a Bolívia espera das multinacionais as mesmas garantias de segurança jurídica que estas pedem para investir no país.
"Sempre nos falam de segurança jurídica, e as empresas, Estados e sócios que respeitarem as normas bolivianas sempre terão segurança jurídica, mas algumas empresas não são respeitosas com nossas normas", afirmou Morales.
"Por menores que sejamos, temos dignidade, soberania, e portanto também necessitamos e pedimos respeito", insistiu, sem entrar em detalhes sobre suas denúncias.
No mesmo ato, o ministro dos Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, disse estar em trâmite uma negociação para que a Ashmore transfira o controle acionário da Transredes ao Estado, como prevê o decreto de nacionalização de maio de 2006.
"Cedo ou tarde, a partir de um acordo e da identificação dos pontos de convergência, conseguiremos a administração e o controle da Transredes e do sistema de dutos", afirmou.
Há pouco mais de um mês, o próprio Villegas havia anunciado que a Bolívia nacionalizará neste ano a Transredes e uma companhia germano-peruana de armazenamento de combustíveis.
O novo anúncio de recompra das ações da filial da Ashmore ocorreu enquanto a empresa desenvolve uma vasta expansão da rede interna de gasodutos, por mais de 200 milhões de dólares, parte de um programa de investimentos de médio prazo que supera 1 bilhão de dólares.
De Jong disse que a Ashmore está decidida a ser "sócia" da Bolívia "no marco da lei, dos decretos e dos contratos". Segundo ele, a companhia vai fazer sua parte para cumprir o prometido aumento de fornecimento do gás à Argentina a partir de 2010.
A Transredes é uma empresa resultante da privatização do petróleo, há uma década. A Ashmore a controla desde que adquiriu as ações que pertenciam à falida empresa norte-americana Enron e à anglo-holandesa Shell.
A estatal YPFB detém 34 por cento das ações, enquanto investidores particulares possuem o resto. A empresa controla também um trecho do gasoduto para o Brasil.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/200319/visualizar/
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