Agentes prisionais são presos acusados de facilitar fuga de Célio Alves
Três agentes prisionais acusados de facilitação ou promoção da fuga do ex-policial, Célio Alves de Souza, foram presos na tarde de ontem. As prisões foram decretadas após provimento do recurso do Ministério Público Estadual, julgado no último dia 23. O pedido de prisão preventiva, protocolado pelo delegado Clocy Hugney, havia sido indeferido em agosto de 2006 pela 5ª Vara Criminal de Cuiabá.
Os mandados de prisão, expedidos pela Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, foram cumpridos pela Gerência Estadual de Polícia da Polinter. Após exames de lesão corporal, os três foram encaminhados para a Cadeia Pública de Santo Antonio do Leverger.
Exoneração
Dois foram exonerados dos cargos de agentes prisionais em julho deste ano, após conclusão do Processo Administrativo Disciplinar e um foi afastado temporariamente. De acordo com a comissão processante, as demissões e o afastamento foram recomendados com base nos depoimentos colhidos na fase de instrução, bem como, nos documentos carreados nos autos.
Processo Administrativo
O autos da decisão da Comissão instituída pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para investigar o envolvimento dos agentes na fuga, consta que um dos agentes preso possuía visão privilegiada do que ocorria na parte inferior do contêiner, sendo impossível alguém passar pelo portão sem ser visto.
Outro agente era responsável pela abertura do portão principal nos horários de visitas, ao passo que nos horários normais auxiliava na vigilância superior do container, onde Célio ficava. Esse mesmo agente teria visto Célio Alves fora da cela, sem que interferisse para que o detento retornasse à carceragem.
O relatório aponta ainda que o terceiro acusado não cumpriu a determinação interna editada pela direção da unidade prisional ao permitir que o portão da administração permanecesse somente encostado e destrancado, ao passo que a determinação se baseava efetivamente ao contrario, isto é, os portões teriam que permanecer trancados.
Condenação e fuga
Célio Alves foi preso em outubro de 2002. Ele é condenado a mais de 80 anos por uma série de crimes, entre eles pelos assassinatos de Sávio Brandão, do sargento José Jesus de Freitas e de dois seguranças do sargento, todos ocorridos em 2002. Em agosto deste ano, ele foi condenado a 30 anos pelo assassinato e ocultação de cadáver de dois adolescentes ocorrido em 2001, em Várzea Grande. O ex-policial responde ainda pelas execuções do empresário Mauro Sérgio Manhoso, morto em outubro de 2000, dos irmãos Brandão Araújo, ocorrido em Rondonópolis em agosto de 1999, e José Carlos Machado Araújo, em dezembro de 2000.
Célio Alves fugiu da penitenciária Pascoal Ramos na tarde de um domingo, 24 de julho de 2005, após o horário de visitas. Em 15 de setembro do mesmo ano, a polícia fez uma reconstituição do fato, a fim de sanar dúvidas e esclarecer pontos contraditórios nos depoimentos dos agentes e policiais que trabalhavam no dia da fuga.
Recaptura e transferência
O ex-policial foi recapturado no dia 07 de julho de 2007 pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (GAECO), formado por policiais militares e promotores, em parceria com o Grupo Especial de Fronteira (Gefron). Ele foi localizado no município de Cáceres próximo às localidades conhecidas como Avião Caído e Roça Velha. O ex-policial foi transferido em 20 de julho para a penitenciária federal de Campo Grande (MS).
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