Padre acusado de corrupção de menor em Sinop
Ele deixou de ser o responsável pela paróquia no dia 19 deste mês, quando os pais da jovem descobriram o caso e procuraram à polícia e o Ministério Público Estadual para que providências fossem tomadas.
A mãe da jovem, que preferiu não ser identificada, contou ontem à reportagem como teve conhecimento do relacionamento entre sua filha e o pároco. Ela explica que participava na igreja como catequista e que a filha participava dos eventos e do grupo de jovens da igreja. A partir de uma amiga, ficou sabendo que o padre teria levado sua filha a um baile em uma comunidade rural. “Fui investigar e fiquei sabendo que o padre tinha pegado minha filha às 23h na porta de casa, para levar no baile da Brígida, e deixou às 3h da madrugada. Na época, fomos até o bispo para falar sobre o caso. Duas semanas depois fiquei sabendo que os dois estavam tendo um caso de verdade e ela estava encobrindo ele”.
A mãe da jovem conta que a moça admitiu que mantinha relações sexuais com o padre. A jovem afirmou que o pároco sempre a assediava na igreja e que as insinuações eram constantes, tendo início ainda quando a moça estudava para fazer a primeira eucaristia - uma cerimônia religiosa católica em que os cristãos recebem pela primeira vez o “corpo e sangue de Cristo sob a forma de pão e vinho”. “Ele vivia assediando ela na igreja até que cedeu. Eu via os olhares, mas a gente tem respeito, para falar alguma coisa, porque ele era padre”, disse a mãe. Quando os pais da jovem descobriram o caso, o padre teria ameaçado a menor e dado dinheiro a ela para que fugisse da cidade.
“Eles conversavam pela internet, pelo telefone, ele rastreava ela. O padre fez ameaça a ela quando quis parar. Ele disse que se minha filha não continuasse saindo com ele, iria falar com os pais dela, e ela acreditou. Sabe como é cabeça de criança, acredita mesmo. Mas imagina só se um cara que está saindo com uma menina vai ter coragem de falar com os pais. E foi então que ela deve ter comentado que nós estávamos desconfiados, e ele a ajudou a fugir. Veio aqui em casa e a tirou de noite e a levou para a rodoviária. Deu dinheiro para ela ir para outra cidade. Foi para a casa da madrinha em Alta Floresta, saiu daqui 2h da madrugada e chegou lá às 8h30 da manhã”.
Conforme a mãe conta, o pároco mantinha o relacionamento desde junho deste ano. “Isso não podia acontecer. Ele não é simplesmente um padre, ele é pároco, ele que comandava a igreja, ele era responsável por tudo lá”. O caso está sendo investigado pela Promotoria e se confirmadas as suspeitas, Todescatt pode responder por assédio e corrupção de menor. “A promotora falou, minha filha tem 15 anos, mas não pensa ainda como adulto, não raciocina direito. Ele tem 37 anos e está no último ano do curso de Direito, então ele sabe o que estava fazendo”, afirmou a mãe da jovem. A menor fez exame de corpo de delito no último dia 22 e a família aguarda ser chamada para prestar depoimento sobre o caso. O padre afirmou que espera a designação de um advogado pela Mitra Diocesana de Sinop para se defender.
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