Salário de presidente francês é reajustado em 140%
O reajuste, aprovado cinco meses e meio após Sarkozy ter assumido a presidência, foi concedido pela Câmara dos Deputados, onde o partido do governo, o UMP, tem maioria parlamentar.
Com o aumento, o salário de Sarkozy passará de cerca de 8 mil euros (cerca de R$ 20 mil) para 19,3 mil euros (R$ 48,6 mil) mensais a partir de 2008.
O anúncio do reajuste causou grande polêmica na França. Em julho, o presidente, que defende em seus discursos o aumento do poder aquisitivo dos franceses, se recusou a reajustar o salário mínimo, que hoje é de cerca de 1 mil euros (R$ 2,5 mil).
Os sites dos principais jornais franceses receberam nesta quarta-feira centenas de mensagens de protesto de leitores que se dizem chocados com a medida.
Oficialmente, a decisão foi tomada para alinhar o salário do presidente ao do primeiro-ministro, François Fillon, e ao de outros líderes europeus, como a chanceler alemã Angela Merkel.
Até mesmo os ministros e secretários de Estado ganhavam mais do que o presidente, de acordo com os defensores do reajuste salarial.
Transparência
Sarkozy declarou que a iniciativa tem o objetivo de dar maior "transparência" ao salário do chefe de Estado, até então fixado pelo próprio presidente.
De acordo com Sarkozy, seu desejo é de que o salário do presidente "seja fixado pela lei, como no caso dos ministros, com total transparência".
"Não estou roubando ninguém", declarou o presidente na terça-feira, em resposta à polêmica.
Nos debates na Assembléia Nacional (a Câmara dos Deputados francesa), a porta-voz do UMP, Nadine Morano, defendeu o reajuste com o argumento de que "jogadores de futebol e apresentadores da TV" também têm salários elevados.
O Partido Socialista, que protestou contra o aumento salarial, acabou praticamente abandonando a bancada no momento da votação.
Segundo a imprensa francesa, o último presidente do país a ter reajustado seu salário foi o general Charles de Gaulle, nos anos 60.
Além do reajuste salarial de Sarkozy, os deputados franceses também aprovaram o aumento do orçamento do Palácio do Eliseu, sede da presidência, que foi triplicado de 32 milhões de euros anuais para 100 milhões de euros.
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