Tema da violência no Brasil irrita presidentes da Fifa e da CBF
Logo no início da entrevista após o anúncio oficial, um jornalista canadense provocou reação dura dos presidentes da Fifa e da CBF, Joseph Blatter e Ricardo Teixeira, ao questionar sobre a violência no Brasil.
Antes de responder, Teixeira pediu ao repórter que se identificasse, questionando, inclusive o país de origem. Em seguida, respondeu com uma provocação ao Canadá.
"Nossa violência não é nem maior nem menor de tudo o que se passa no contexto mundial. Temos visto brasileiros sendo agredidos e assassinados fora do país, em países reputados de grande segurança", respondeu Teixeira, numa referência ao assassinato de Jean Charles de Menezes, em Londres, em 2005.
"Inclusive agora tivemos um problema sério com a delegação do Brasil que esteve no Canadá, com jogadores sendo agredidos pela polícia canadense", disse o dirigente, referindo-se à participação do Brasil no Mundial Sub-20 do Canadá, em junho.
"Grandes países como os Estados Unidos têm garotos atirando e matando gente dentro da escola. No Brasil, pelo menos, isso não tem", acrescentou, em tom irritado.
A preocupação com a segurança no Mundial de 2014 também foi abordada com rispidez pelo presidente da Fifa. "Quando demos a Copa do Mundo para a África do Sul, a primeira questão foi sobre criminalidade", disse.
"Agora nós demos para o Brasil e vocês começam com as mesmas perguntas. Por favor, tenham um pouco de respeito com a nossa instituição, a Casa do Futebol, e nossos convidados que aqui estão", acrescentou.
A ausência de Pelé na delegação de 27 pessoas do Brasil em Zurique foi outro assunto tratado com impaciência por Teixeira.
O dirigente disse não ter idéia de onde Pelé estaria, e alegou que a presença de Romário e Dunga representava a geração vitoriosa de jogadores do Brasil desde que ele assumiu a presidência da CBF, em 1989.
Todos os representantes brasileiros repetiram o discurso de exaltação das qualidades da população para superar os problemas estruturais brasileiros. Romário chegou a dizer que, com a ajuda do povo, o Brasil fará "a maior Copa do Mundo de todos os tempos".
(Reportagem de Mike Collett)
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