Governo aumenta fiscalização do leite para evitar fraudes

Rio de Janeiro, 29 out (EFE).- O Governo anunciou hoje que redobrará a fiscalização na indústria de embalagens de leite, depois da detecção de lotes adulterados com água oxigenada e soda cáustica, entre outros produtos tóxicos.

O departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura aplicará "medidas de caráter excepcional" devido às recentes denúncias sobre a qualidade do leite UHT (longa vida).

Na semana passada, a Polícia Federal desmantelou uma quadrilha que adulterava leite de vaca, e anunciou que "a fraude alcançava dimensão nacional envolvendo empresas de diversos estados".

Pelo menos duas cooperativas vendiam leite adulterado a empresas como Parmalat e Calu, que as distribuíam em caixas de longa vida.

Os produtos químicos eram acrescentados pelas duas cooperativas para aumentar o volume e a duração do leite.

Pelo menos 66.000 litros foram confiscados pela Vigilância Sanitária (Anvisa).

No entanto a agência afirmou hoje que o produto disponível em todos os supermercados do país pode ser consumido pela população porque o problema só foi detectado em lotes específicos.

As ações anunciadas hoje incluem inspeções aleatórias por de fiscais federais e veterinários nas leiterias.

Também será aumentada a coleta de leite em vasilhas UHT "de todas as marcas disponíveis" para submetê-las à análise de laboratórios.

O Ministério da Agricultura explicou que enviará ao Ministério Público os processos administrativos abertos contra as empresas que adulterem produtos. As empresas terão que assinar um "Termo de Ajuste de Conduta" para se redimirem.

Até agora a Anvisa ressalta que o problema se limitava às duas cooperativas de Minas Gerais.

A Parmalat alegou em comunicado que só 200 litros de seu leite comprado dessas cooperativas eram adulterados, entre um total de 40 milhões de litros produzidos mensalmente pela empresa.