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Nacional
Segunda - 29 de Outubro de 2007 às 20:57

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O ex-interno da Febem Anderson Barbosa, de 25 anos, e Evandro Guimarães, 28 anos, foram transferidos nesta segunda-feira (29) para um centro de detenção provisória. A mulher de Anderson agora está na Penitenciária Feminina, na Zona Norte de São Paulo. Presos na sexta-feira (26), todos já prestaram depoimento.

A polícia pediu nesta segunda à Justiça a decretação do sigilo nos três inquéritos sobre o caso: o de extorsão e enriquecimento ilícito contra o ex-interno da Febem Anderson Batista e na investigação de corrupção de menores e maus tratos que envolve o padre Júlio Lancelotti. Também nesta segunda foram ouvidas duas testemunhas: um amigo de Anderson e uma ex-interna da Casa Vida, entidade administrada pelo padre.

A jovem que prefere não ser identificada morou 15 anos na entidade. Diz que nunca viu nenhuma atitude do religioso que possa indicar maus tratos ou abuso de menores. "Não tinha nenhum carinho desses assim que estão falando. Eu estou achando absurdo, né. Porque eu, como morei lá muito tempo, nunca presenciei isso”, disse a jovem.

Denúncia

Foi o próprio padre Júlio que procurou a polícia há um ano para denunciar que era vítima de extorsão pelo grupo que está preso. Disse que entregou a Anderson R$ 80 mil. A defesa de Anderson nega que tenha havido extorsão e diz que o padre repassou mais de R$ 600 mil. Segundo o advogado, Anderson e o padre mantiveram relações sexuais por oito anos. “Durante esse período era uma média de quatro ou cinco por mês. A partir de quando? A partir de quanto ele estava internado ainda com 16, 17 anos na Febem”, disse o advogado Nelson Bernardo da Costa.

A polícia afirma que o padre é vítima. Por causa dos bens apreendidos no centro de São Paulo pediu a quebra de sigilo bancário de Anderson. “Já foi oficiado ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) que é o órgão responsável pelo monitoramento das contas. Estamos esperando as informações”, disse o delegado André Luiz Pimental, da 5ª Seccional, na Zona Leste.

O cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, voltou a defender o religioso. “Nós temos confiança no trabalho da polícia, no trabalho da Justiça e nós estamos acompanhando as investigações. E eu tenho plena certeza de que a inocência de padre Júlio neste caso será plenamente confirmada”, afirmou o arcebispo.




Fonte: G1

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