Dinheiro das apostas era carregado em marmitas
Awanio foi investigado desde o ano passado e todos os seus passos monitorados, além do telefone grampeado. Era rotineiro, de acordo com os relatórios que fazem parte das investigações, Awanio sair de uma distribuidora de bebidas no bairro Lixeira com duas marmitas e se dirigir até o residencial 8 de Abril, onde mora Romana e sair de lá, cerca de 10 minutos após, com as duas mesmas marmitas. Ele ia por volta das 13h e também no final da tarde, com o mesmo procedimento. O dinheiro das apostas eram justamente recolhidos duas vezes ao dia, das 11h às 13h e das 16h às 18h.
Tanto Awanio quanto Romana foram presos na operação Arrego, estão denunciados e sendo processados. Romana é apontada como uma das pessoas de confiança da organização criminosa liderada por João Arcanjo Ribeiro e seria uma espécie de contadora do grupo, segundo o Gaeco. Daí a desconfiança de que o dinheiro estava dentro das marmitas, já que não chegavam malotes.
O primeiro relatório que aponta o trajeto de Awanio é do dia 15 de setembro do ano passado. Ele sai da distribuidora, vai até o residencial de Romana (até então a irmã de Geovane não tinha sido identificada) e volta para a distribuidora. Três dias depois ele é novamente monitorado e faz o mesmo percurso por volta das 13h20. Neste dia os investigadores descobrem que a mulher com quem Awanio fala é conhecida como Romana.
Na distribuidora, chamada de base de Awanio, é também onde os motoqueiros (recolhedores) entregavam as bolsas com o dinheiro do dia.
Relatório do dia 21 de setembro acaba sendo mais revelador. Um dos investigadores conversa com Awanio no residencial 8 de Abril e o ex-cunhado de Arcanjo revela uma série de informações, como que os recolhedores das apostas recebem R$ 900 para trabalharem três horas por dia, mais R$ 60 para manutenção das motos e nos domingos e feriados, quando só há uma extração do jogo do bicho, recebem R$ 15 para o almoço. Eles ainda recebem combustível para a moto.
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