Justiça decreta nove prisões por fraude na Receita
A operação é realizada pela Polícia Federal, Receita Federal e MPF para apurar a atuação das empresas Cisco e Mude na montagem de esquema de fraudes que possibilitou sonegar até R$ 1,5 bilhão em impostos. As empresas negam as acusações.
Seis investigados em prisão preventiva passam agora a cumprir prisão temporária: José Roberto Pernomian Rodrigues, Paulo Roberto Moreira, Carlos Roberto Carnevali, Helio Benetti Pedreira, Cid Guardia Filho, o Kiko, e Moacyr Alvaro Sampaio. Eles foram transferidos nesta sexta-feira (26) para uma prisão em Guarulhos, na Grande São Paulo.
A Justiça determinou ainda a prisão de outros três acusados: Fernando Machado Grecco, Marcelo Naoki Ikeda e de Ernani Bertino Maciel. O MPF argumentou que soltos eles representam ameaça à ordem econômica e a conveniência da instrução penal, porque poderiam influenciar testemunhas e outros investigados.
A decisão judicial foi mantida em sigilo até a Polícia Federal capturar Grecco e Ikeda. Ernani Maciel está foragido. Ele e a família teriam deixado sua residência na noite de quinta-feira (25), horas após ele se apresentar à Superintendência da Polícia Federal e prestar depoimento.
Maciel estava na lista de 41 investigados cuja prisão temporária foi decretada pela Justiça Federal. No dia 16 de outubro, quando a operação foi deflagrada, o investigado não foi localizado pela Polícia Federal. Seus advogados informaram que ele se apresentaria desde que fosse revogada sua prisão, manifestação com a qual o MPF não concordou.
Quando prorrogadas as prisões temporárias, o juiz não revogou as prisões temporárias em vigor, mas decidiu que a de Maciel, bem como a dos outros pessoas não encontradas, seria revogada se ele se apresentasse à Polícia Federal para oitiva, o que ocorreu esta semana. Ele foi interrogado e, como determinava a decisão judicial, liberado em seguida.
Vazamento
O ministro da Justiça Tarso Genro negou na quinta-feira (25), em São Paulo, que qualquer informação sobre a Operação Persona tenha vazado da Polícia Federal. A PF e o Ministério Público Federal (MPF) investigam quem forneceu dados sigilosos a integrantes do esquema de fraude e sonegação fiscal que deu um prejuízo de R$ 1,5 bilhão ao governo e teria como beneficiária final a multinacional norte-americana Cisco Systems do Brasil.
"O vazamento foi feito por alguém que pegou a documentação na Justiça (Federal). O documento não saiu da Polícia Federal, não vazou. Se depender de nós, não vai vazar mais", afirmou o ministro, durante assinatura de convênio para a implantação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) no estado paulista.
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