Produção de sementes orgânicas no Entorno de Brasília abastece região
Um dos pontos de pesquisa do Projeto de Manejo da Agrobiodiversidade para os Biomas Cerrado e Caatinga, o Assentamento Cunha também funciona como conector da rede de economia solidária.
O excedente da produção de sementes para pesquisa é distribuído para outros assentamentos e ocupações da região, ligados ao Movimento Rural dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e Movimento de Pequenos Agriculturores (MPA).
“Ficamos com dez quilos de sementes e distribuímos a sobra gratuitamente para outros locais, para que eles façam o mesmo trabalho que estamos fazendo e produzam suas próprias sementes e não ficar à mercê do mercado”, afirma o coordenador local do projeto, Ivo Balfknechd.
“Nossa obrigação é também trazer aqui o pessoal de outros assentamentos para capacitá-los a fazer o mesmo que estamos fazendo aqui”.
Para Ivo Balfknechd, o projeto é uma prova de que é possível produzir em larga escala sem consumir agrotóxicos. “Não só há como produzir em escala quantidade suficiente para não necessitar de transgênicos”.
Os três tipos de milho transgênico liberados este ano pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) são mais resistentes a agrotóxico.
Segundo o coordenador do projeto, o assentamento já produziu cerca de 150 tonelada de sementes de milho orgânico. “O pequeno produtor e os assentamentos já estão praticamente independentes das sementes do mercado”.
O projeto foi formatado, inicialmente, para três anos, prorrogáveis por mais seis. Está no segundo ano. Para 2008, o plano é a plantação e manipulação de uma horta medicinal. Centenas de mudas estão prontas para ser replantadas na terra, assim que acabar a estiagem.
Até lá, a diversão de Ivo Balfknechd é a nova produção de mel. Um dos “projetinhos”, como define, que estão sendo desenvolvidos com apoio da Fundação Banco do Brasil. Além da criação de abelha, com a Fundação, foram criadas fossas assépticas e criações de minhocas para adubo.
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