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Nacional
Sexta - 26 de Outubro de 2007 às 12:29

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O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), afirma que há corrupção na Polícia Militar do estado, imersa numa crise nos últimos meses devido a ações como a que atingiu com tiros, por engano, um turista espanhol, no final de setembro, e a ocorrências como o furto de 12 fuzis do quartel do Comando Geral da PM, no início de outubro.

“Não tenha dúvida que tem [corrupção]. Temos diversos inquéritos em andamento, sindicâncias. Tem má conduta por despreparo e também má conduta dolosa”, disse Gomes ao G1. Gomes classificou o furto de armas como “uma provocação”.

Em nota, a Associação dos Cabos e Soldados da PM do Ceará rebateu as declarações do governador e criticou os baixos salários e a carga horária dos profissionais.

Na entrevista, Cid Gomes também defendeu o irmão, o ex-ministro e deputado Ciro Gomes, de ligação a uma suposta operação irregular. Reportagem da revista “Época” apontou ligação de Ciro e Cid com um diretor do Banco do Nordeste, acusado de assinar irregularmente um acordo para reduzir de R$ 65 milhões para R$ 6,6 milhões a dívida de uma empresa com o banco.

Segundo o governador, não há nenhuma “extravagância” na operação, investigada pela Advocacia-Geral da União. “Eu defendo que se investigue o diretor, se teve evolução de patrimônio. Se ele agiu errado, que seja punido”, disse.

Segurança

G1 – O Ceará ganhou destaque nas páginas policiais recentemente por algumas ações da polícia, como o caso de um turista espanhol alvo de tiros por engano. O sr. anunciou então o programa Ronda no Quarteirão, com a promessa de que seria o maior programa de segurança do estado. Mas até agora as ações não saíram do papel. O que aconteceu?

Cid Gomes – Estou desde o início preparando esse programa. Já escolhi um secretário com o perfil e estamos tomando providências para implantar. O que é mais demorado é a contratação de policiais, que tem que ser através de concursos e demora porque tem recursos judiciais. Isso se arrastou por um tempo maior do que imaginávamos. Agora, foi finalizada a fase de seleção. Foram abertas vagas para mil policiais, se inscreveram 3 mil e restaram 900. Eles estão passando por um curso de formação e tão logo seja concluído, serão todos lotados nesse programa. Não estou marcando data porque tem coisas que acontecem independentes. A previsão da capacitação é final do mês de dezembro.

G1 – Outro fato que chamou a atenção foi o roubo de 12 fuzis do quartel do Comando Geral da PM. O sr. acredita que foi uma reação à nomeação do novo secretário de segurança, Roberto Monteiro?

Cid Gomes – Isso é uma especulação. Acho que o episódio foi uma provocação. Se foi da própria polícia ou de fora, furtar armamentos do quartel do comando é claramente uma provocação.

G1 - Na ocasião, o sr. prometeu fazer uma “limpeza” na polícia. Há corrupção na polícia cearense?

Cid Gomes - Tem, não tenha dúvida que tem. Temos diversos inquéritos em andamento, sindicâncias, tem má conduta por despreparo e também má conduta dolosa. Recentemente, houve um capitão que, numa briga fora de serviço, num bar, atirou em dois estudantes. Tivemos todo cuidado para que fosse feito em tempo recorde o inquérito policial, a comissão de justificação, e ele está afastado, mas quem consolida a expulsão é o Poder Judiciário.

G1 - Os carros que vão circular no programa Ronda no Quarteirão são 200 caminhonetes Toyota Hilux, orçadas em R$ 30 milhões [R$ 150 mil cada]. Não é um carro caro?

Cid Gomes - Nós fizemos uma licitação para caminhonetes, e a marca que ganhou foi a [Toyota] Hilux. O carro, a meu juízo, tem que ter um perfil de robustez, durabilidade e de economia de custeio. Não adianta comprar um carro barato e com um ano, dois, que é a média de duração da frota tradicional, não servir mais. Sou adepto de que se invista num equipamento melhor, que dê menos manutenção, e que consiga combater [o crime]. Como é que num carro mil você vai perseguir um bandido num carro mais potente? Não acho luxo. E foi feita licitação, em que concorreu a Blazer, da Chevrolet, e perdeu. A proposta [da Toyota] foi mais barata.

G1 – Houve ainda um desfile para escolha das fardas dos policiais. Isso já estava previsto no cronograma do programa? Não atrasa ainda mais?

Cid Gomes - Faz parte. O Poder Público é obrigado a ser submetido às regras. O que nós queremos é que esse programa tenha todas as características de um programa novo, diferenciado. Teríamos então que escolher uma farda nova. O método legal para isso é um concurso, do mesmo jeito que você tem um concurso





Fonte: G1

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