Lula: todos os candidatos a presidente querem a CPMF
"Eu estou convencido de que todos os governadores do Brasil são favoráveis (à CPMF). Todos. Eu duvido que tenha um governador que esteja contrariado com o PAC. Todos aqueles que estão pensando em ser presidente em 2010 querem que seja mantida a CPMF", afirmou Lula.
Para Lula, é preciso separar os parlamentares que querem discutir a prorrogação do imposto de forma séria daqueles que querem "fazer carnaval" com o assunto.
"Eu acho que é preciso a gente separar os que fazem discurso sério e que querem debater, que querem flexibilizar ou agora ou para o futuro, daqueles que querem fazer carnaval com a CPMF. Eu estou certo de que o Senado tem muita gente com responsabilidade, estou certo que eles trabalharão para que isso passe, estou certo que os governadores todos irão trabalhar para que isso passe de forma que eu só espero que cada um cumpra com suas obrigações e que quem ganhe com isso seja a sociedade brasileira", salientou.
O presidente disse que a CPMF não foi criada em seu governo, mas é uma receita imprescindível. "A CPMF no fundo, no fundo é de responsabilidade do Senado Federal. É um imposto que existe há muito tempo. Não foi criado no nosso governo. Todo mundo sabe que a União não pode prescindir de R$ 40 bilhões até porque se nós quisermos fazer o PAC acontecer até 2010, se nós quisermos melhorar a educação, se nós quisermos melhorar a saúde, não tem como prescindir de R$ 40 bilhões", comentou.
Lula reforçou o discurso de que o governo já promoveu outras desonerações e de impacto semelhante ao da arrecadação da CPMF. "A sociedade brasileira tem noção de uma coisa: nós já fizemos nesses últimos três anos uma desoneração equivalente a R$ 36,9 bilhões. Na verdade nós já desoneramos uma CPMF no nosso mandato. À medida que você vai arrecadando mais e à medida que você vai percebendo que vai aumentando a base dos que pagam você vai tendo facilidade para diminuir imposto", argumentou.
Lula voltou a repetir que o governo precisa da arrecadação atual para construir o seu projeto de País. "O que nós queremos é construir um País mais justo e mais solidário, por isso precisa de arrecadação", comentou. Ontem, o presidente já havia comentado com alguns empresários que precisava manter a atual carga tributária para fortalecer os programas sociais.
O presidente aproveitou para responder quem critica o aumento de arrecadação do governo. "Uma outra coisa esquisita é quando eu ouço algumas pessoas falarem que a carga tributária está muito alta. Agora essas mesmas pessoas não dizem o quanto cresceu a arrecadação da sua empresa porque a verdade é que as pessoas estão vendo que o governo está arrecadando mais, mas é verdade que as empresas estão ganhando dinheiro como nunca ganharam na história desse País. Tem muita gente ganhando dinheiro, o que eu acho bom, é por isso que nos estamos fazendo as coisas direito. Queremos melhorar a rentabilidade da empresa, queremos melhorar o faturamento da empresa, mas queremos melhorar o salário. E quando tudo isso melhorar a gente vai concomitantemente melhorando as políticas sociais para as camadas mais pobres da população que não tiveram chance que os setores médios e mais ricos tiveram", argumentou.
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