Laudo da Anvisa sobre leite deve sair em uma semana
A coleta foi determinada após a operação Ouro Branco, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF), deflagrada na última segunda-feira, que investigava denúncias de alteração no leite distribuído pela Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Coopervale), de Uberaba, no Triângulo Mineiro, e a Agropecuária do Triângulo Mineiro (Casmil), de Passos, no sudoeste do Estado. As denúncias apontavam para a utilização de substâncias químicas impróprias para o consumo humano, como soda cáustica e água oxigenada, com o objetivo de aumentar a longevidade do produto. Em Uberaba, foram coletadas amostras das marcas Centenário, Calu e Parmalat.
Segundo o diretor-presidente da Anvisa, o sistema de vigilância sanitária não havia constatado nenhuma alteração no produto durante as inspeções rotineiras realizadas na ponta do consumo. "O sistema de vigilância sanitária não age apenas por denúncia e não detectou nada", disse e acrescentou: "Não existem dados que levem à proibição do consumo". Também não houve até o momento nenhuma denúncia de pessoas contaminadas pelo leite. Ele reiterou que, dependendo da concentração destas substâncias no produto, não há danos à saúde. Ainda assim, Mello orienta que qualquer alteração no gosto ou odor do produto deve ser comunicada imediatamente aos órgãos de vigilância sanitária.
Sanções
Caso sejam comprovadas as presenças das substâncias químicas no produto, a Anvisa poderá determinar a interdição do produto, além de multa que pode chegar a R$ 1,5 milhão e, no caso das cooperativas, possíveis sanções pelo Ministério da Agricultura. Das 27 pessoas presas pela operação, seis continuam detidas em Uberaba e sete em Passos. A PF informou que a apresentação de denúncia contra os envolvidos no esquema só será definida após os resultados das análises dos produtos coletados. No entanto, até amanhã a PF decidirá se irá ou não pedir a prorrogação dos mandados de prisão das pessoas que continuam detidas.
Segundo as informações do Ministério Público Estadual, a Justiça nomeou o ex-presidente da Coopervale, Geraldo Cardoso Sobrinho, interventor provisório para desempenhar as atribuições de presidente interino. Também foram nomeados quatro interventores para dar continuidade às atividades da Casmil. Em Passos, conforme o Ministério Público, não houve recolhimento dos produtos nos supermercados, já que a Casmil não comercializa o leite produzido na região.
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