75% das doenças começam na "cabeça", diz psicóloga
A psicóloga esclarece que a atividade profissional pode ser uma fonte de prazer quando o profissional está satisfeito com o que faz. Caso contrário, a saúde pode ser seriamente afetada, a começar pelo psiquismo e se não consegue melhorar, projeta os problemas para o corpo. "Se a pessoa gosta do que faz, o trabalho pode ser um oásis, ainda que tenha problemas em casa, mas se está numa empresa que só vê resultados e cobra relatório, o estresse será muito maior", diz.
Ainda segundo Ireniza, os trabalhadores submetidos a ambientes altamente competitivos oscilam entre a ansiedade e a depressão e ao longo do tempo passam a conviver com uma angústia mórbida. A forma como o trabalhador se entrega de corpo e alma à empresa como divulgou esta semana a consultora americana Towers Perrin, pode ser um fator a mais que o exponha a doenças emocionais adquiridas no trabalho. O levantamento aponta que 37% dos empregados brasileiros são 100% comprometidos.
Na avaliação do psiquiatra Zanizor Rodrigues, os professores, seguranças e profissionais da área de saúde são os mais expostos a problemas de ordem emocional. "Nenhum deles consegue trabalhar mais de 20 anos. Todas elas são altamente insalubres", analisa. Além das depressões e somatizações listadas por Ireniza Canavarros, Zanizor acrescenta ainda a síndrome do pânico, as fobias e sintomas obsessivos.
Nos últimos meses, cresceu o número de pessoas que passou a frequentar os Caps após afastamento do trabalho por terem a saúde mental comprometida. Na unidade 2 de Várzea Grande, por exemplo, a assistente social Soraya Mister Simon, 43, que trabalha arte-terapia e outras atividades ocupacionais acredita que o aumento desse perfil aumentou pelo menos 40%.
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