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Nacional
Quarta - 24 de Outubro de 2007 às 18:09

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Curitiba, 24 - A Syngenta Seeds, que teve a unidade experimental de Santa Tereza do Oeste, no Paraná, ocupada domingo por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pela terceira vez em um ano e meio, informou hoje que espera a saída espontânea dos manifestantes. "Porém, se for necessário, a empresa vai solicitar (a reintegração de posse)", afirmou, por meio de nota. Durante a ocupação, houve confronto entre sem-terra e seguranças da propriedade e duas pessoas morreram.

De acordo com a Syngenta, a prioridade é "cooperar com as autoridades para que os fatos sejam esclarecidos com a maior rapidez e transparência possível". No entanto, um dos integrantes do MST que estão na propriedade, Ramon Brizola, disse que não há nenhuma intenção de deixar o local. "Ao perdermos mais um companheiro é momento para lutar para termos aqui a escola de agroecologia para reprodução de sementes crioulas", afirmou. "Nós também esperamos que a polícia apure os fatos e puna a Syngenta e essa empresa de seguranças".

A propriedade foi invadida pela primeira vez em 14 de março do ano passado, com ordem de reintegração de posse expedida rapidamente pela 1ª. Vara Civil de Cascavel. Por não ser cumprida, a empresa recorreu à Comarca de Curitiba, que também determinou a desocupação e impôs multa diária de R$ 50 mil ao governo do Estado. As cerca de 80 famílias deixaram o local em 5 de novembro e fixaram-se à margem da rodovia em frente à estação experimental.

Logo depois, o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), decretou a propriedade como de interesse público para fins de desapropriação visando à instalação de um centro de agroecologia. O decreto levou a nova ocupação de sem-terra. Na Justiça, a Syngenta conseguiu liminar afastando os efeitos do decreto governamental e renovou o pedido para cumprimento de reintegração de posse. Ela foi cumprida em 18 de julho deste ano, mas os manifestantes, que estavam no vizinho Assentamento Olga Benário, voltaram a ocupar a propriedade no domingo.





Fonte: AE

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